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| Foto: ml/mm/MAURICIO LIMA

As células-tronco contidas no fluxo menstrual apresentam propriedades antitumorais que poderiam ser utilizadas para melhorar as terapias atuais contra o câncer, afirma um estudo científico divulgado nesta quarta-feira (14) em Santiago.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade dos Andes concluiu que os exossomas - pequenas vesículas secretadas por vários tipos de células que são encarregados da comunicação intercelular – inseridos no fluxo menstrual inibem a propagação dos tumores cancerígenos.

O exossomas do fluxo menstrual “são capazes de inibir a formação de vasos sanguíneos”, comentou Francisca Alcayaga, uma das cientistas que participou da pesquisa realizada pelo projeto Cells for Cells da universidade chilena. Desta forma, se corta a rota do tumor, “que gera vasos sanguíneos para poder se nutrir e se oxigenar, com o objetivo de continuar crescendo”, de acordo com o estudo.

As células-tronco do fluxo menstrual são recuperadas da parede do útero antes da menstruação, em um momento em que ainda apresentam “propriedades antiangiogênicas, sendo capazes de inibir a vasculatura tumoral”, afirmou Alcayaga.

Segundo os estudos preliminares, se constatou que o câncer de próstata é uma das patologias que reagem mais facilmente à presença dos exossomas.

Com a presença dos exossomas do fluxo menstrual, “o crescimento do tumor é mais lento, por isso vamos continuar a pesquisa e ver a atividade complementar destes exossomas com as terapias convencionais que existem hoje”, disse a cientista.

O próximo passo é combinar a quimioterapia com um tratamento que contenha esta descoberta, para comprovar sua efetividade, e conseguir um sistema em que os exossomas possam ser distribuídos em casos de metástase, já que nos testes eles foram injetados diretamente em cada tumor.

Mulheres em idade fértil e livres de anticoncepcionais foram as doadoras de células para a realização do estudo. No Chile, entre 20% e 25% das mortes estão vinculadas a algum tipo de câncer, sendo este a segunda causa de morte, atrás das doenças cardiovasculares, segundo dados oficiais. O estudo foi publicado na revista científica americana Oncotarget.

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