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A rapaziada destas plagas ainda não se ligou, mas o recado vem lá do outro lado do mundo. No caso, da Austrália, aquela terra estranha, chegada numa pesquisa estranha: a onda de cultivar a barba, que, segundo os pesquisadores em questão, vinha sendo uma moda entre os homens do mundo todo, já era.

O estudo do Centro de Pesquisa, Evolução e Ecologia da Universidade de Nova Gales do Sul, publicado semana passada na revista científica Biology Letters, se apega ao conceito de seleção natural do britânico Charles Darwin – aquele que explicou por que a girafa tem um baita pescoço e que, vejam vocês, era um barbudão de responsa.

A explicação é de que, como toda tendência, essa de ter o rosto peludo é cíclica. Assim como nos anos 70 a onda era costeleta e bigodaço estilo guidão e, nos 80, Tom Selleck influenciou toda uma geração de bigodes-escova com seu personagem Magnum. Esse último visual, aliás, se encaixava muito bem à época com o uso de capanga debaixo do braço. O que também caiu em desuso, sem que nenhum pesquisador lá de longe precisasse vir nos alertar, com exceção de alguns desavisados ali da Boca Maldita.

Da década de 90 em diante, segundo o pessoal da terra dos cangurus, o rosto imberbe ganhou força no circuito mundial. E assim seguiu até a febre da barba cheia, cuja gleba nos rodeou nos últimos anos sem que muita gente tenha percebido. E que agora perde força sem que muita gente também tenha percebido.

O argumento dos estudiosos australianos é de que, quando uma tendência se torna maciça, as minorias passam a ser mais atrativas. Ou seja, se hoje temos muitos barbudos na praça, eles caíram na vala comum, visualmente falando, e passaram a ser desinteressantes, seja no âmbito pessoal, seja no âmbito profissional, como diria aquele apresentador de tevê imberbe.

Logo, quem se destaca em tudo neste exato momento – esportes, política, negócios etc. –, segundo a pesquisa, é o sujeito que dedica alguns minutinhos na semana a passar espuma e lâmina de barbear na cara. O caboclo sem nenhum pelo no rosto, ou, no máximo, um cavanhaque, um bigode discreto, uma costeleta que não ultrapasse a altura da orelha.

O que o pessoal de Nova Gales do Sul não deixa bem claro no estudo é que mulheres de barba sempre foram minoria e, mesmo assim, isso jamais foi algo lá muito interessante. A não ser que a dita cuja trabalhe em circo. E de preferência na Austrália, aquela terra estranha.

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