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Em 1912 os trilhos são colocados em vários trajetos. Na foto, o serviço sendo feito na Praça Zacarias e Rua Marechal Deodoro | Acervo Cid Destefani
Em 1912 os trilhos são colocados em vários trajetos. Na foto, o serviço sendo feito na Praça Zacarias e Rua Marechal Deodoro| Foto: Acervo Cid Destefani
  • BondeNivellesendo montado no Campo da Cruz, atual Praça Ouvidor Pardinho. Foto de agosto de 1912
  • Transitando pela Rua Barão do Rio Branco o bondeNivellecruza a Rua XV de Novembro, em 1931
  • A piazada tinha o costume, perigoso, de pegar carona na traseira dos bondes, como fez o moleque em 1942
  • Estação central de bondes na Praça Tiradentes, construída em 1934 e demolida em junho de 1952
  • O bondinho de mulas serviu o curitibano desde novembro de 1887 até janeiro de 1913. Foto na Rua XV de Novembro, em 1906
  • Acidente entre um bondeBirneye um automóvel na Rua Barão do Rio Branco, em novembro de 1936

Curitiba começou a ter bondes em 1887, quando no mês de novembro começaram a circular os bondinhos puxados por mulas. O progresso chegava para transportar passageiros e cargas. Entretanto como toda novidade que é inserida na urbe ela sempre vem acompanhada de acontecimentos surpresas.

Os bondes logo foram execrados pelos carroceiros em razão da competição que faziam quanto o transporte de cargas entre a Estação Ferroviária e as casas comerciais da cidade. Outro fato que infernava a vida dos condutores dos bondes era as estripulias aprontadas pela piazada que colocavam pedras nos trilhos, com o intuito de fazer saltar o bonde dos mesmos, ou então armados de cetras acertavam pelotadas nas mulas no momento que elas eram transferidas de direção, fazendo-as disparar. O curioso que aqueles animais desembestavam seguindo os trilhos indo parar somente na estação onde ficavam os estábulos. A companhia que explorava tal transporte chegou a possuir 150 mulas.

O bonde elétrico surgiu nas ruas de Curitiba em janeiro de 1913, quando era prefeito o engenheiro Cândido de Abreu. O reboliço causado pela instalação dos trajetos foi enorme, o leito das ruas era revirado para a colocação dos trilhos, nas calçadas, junto aos meios-fios se erguiam os postes que sustentariam os cabos que forneceriam a energia elétrica para o novo transporte.

Foi construída a estação central na Rua Barão do Rio Branco, cuja estrutura ainda existe em frente à Câmara Municipal. Os bondes de marca Nivelle foram importados da Bélgica e montados em barracões construídos para tal fim na atual Praça Ouvidor Pardinho, então conhecido como Campo da Cruz. O trabalho de preparação daqueles veículos atraia sempre um grande numero de curiosos, principalmente a meninada.

No inicio da década de 1930 foram importados os bondes Birney, fabricados em Boston, nos EEUU. Foi então construída uma Estação Central na Praça Tiradentes de onde partiam coletivos para os bairros do Portão, Bacacheri, Guabirotuba e Pilarzinho. Na estação foram instalados: uma banca de jornais, uma venda de refrescos produzidos por um aparelho que se descrevia como de água sincronizada, um café onde se vendiam coxinhas de galinha famosas e apreciadas pelos freqüentadores da aludida estação, na cobertura, além das propagandas, estava instalado um serviço de alto-falantes. Muitas vezes passageiros descuidados tomavam o bonde errado, indo parar em bairro que não era o seu destino.

Os bondes foram colocados fora de circulação em 1952, prestando serviços a comunidade curitibana durante 65 anos, desde os bondinhos de mulas até o final dos elétricos. Agora Curitiba pretende instalar as linhas subterrâneas que servirão parte da cidade, é de se ficar imaginando como ficarão as ruas que serão escavadas para a instalação do metrô. Entretanto só podemos esperar que venha esse progresso, e que tenha vida mais longa dos que serviram os curitibanos no passado.

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