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3ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia do Exército do Rio de Janeiro em prontidão. Novembro de 1955 |
3ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia do Exército do Rio de Janeiro em prontidão. Novembro de 1955| Foto:
  • Desfile no pátio do 1º BPE em 1955
  • Grupo de
  • O 1º BPE abre o desfile do Dia da Independência, na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Setembro de 1955
  • Encontro de veteranos da Polícia do Exército em Ponta Grossa, em 2009
  • Soldado de guarda ao quartel da PE do Rio, armado com uma carabina ponto 30. Em 1955
  • Brasão da
  • Quadro de armas oriundas da Segunda Guerra, usadas pela Polícia do Exército, ainda em 1955

Um dos grandes prazeres que podemos sentir em nossas vidas são os reencontros com o passado. Um passado que compartilhamos, que vivemos juntos nos momentos alegres, sérios e, algumas vezes, até tristes. Com que alegria nós encontramos antigos colegas do tempo de escola, ou então o companheiro de infância da turma do bairro. Aí afloram as lembranças dos velhos tempos, numa viagem de recordações que nos transporta à aurora de nossas existências.De todas as lembranças, as que mais marcam são as do tempo das casernas. Ficando muito claro que são recordações apenas aos que serviram nos quartéis do Exército – para muitos, uma grande escola de respeito e disciplina; para uma minoria, quase sempre insatisfeita com a vida, foi apenas um tempo mau.Minha Universidade foi dentro de um quartel, diga-se de passagem, uma unidade de elite: o 1.º Batalhão de Polícia do Exército, instalado no bairro do Andaraí, Rio de Janeiro. A vetusta construção da Rua Barão de Mesquita abrigava mais de mil soldados, que serviam em suas quatro Com­­panhias. Lá, fui incorporado no início do mês de janeiro de 1955, com 18 anos de idade. Completei 19 anos logo em seguida. Em 1956, antes de dar baixa no mês de fevereiro, já estava com 20 anos.Hoje, após 54 anos do meu desligamento, ainda me emociono ao relembrar acontecimentos co­­mo a posse de Juscelino na Pre­­sidência da República, no Palácio do Catete. No ato da transferência do poder por Nereu Ramos a JK, eu estava a menos de três metros de ambos. A figura austera do capitão Nilo Floriano Peixoto, comandante da minha companhia – a 3.ª –, um grande amigo a quem tive a honra de conhecer, era neto do Marechal Floriano.

Quanto à figura prussiana do general Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, cuja segurança era prestada pela Polícia do Exército, tive o prestígio de ser guarda pessoal dentro do seu gabinete, no Ministério da Guerra, assim como na guarda da Casa do Ministro, residência que no Império pertenceu ao mordomo do paço, e favorito do imperador dom Pedro I, Francisco Gomes da Silva, conhecido pela alcunha de Chalaça.

Enumerar todos os serviços, desfiles, patrulhas e prontidões realizados durante o meu tempo na PE será necessário escrever um livro, que, a propósito, está sendo elaborado. Não posso, entretanto, esquecer a maior vibração que um soldado da Polícia do Exército do Rio de Janeiro já possa ter sentido: o Desfile da Independência. O azáfama começava na madrugada; às 5 da matina, o toque da alvorada botava a soldadada de pé para café no rancho, higienização, últimos retoques na farda de gala e verificar as armas recebidas na reserva da companhia.

Roncam os motores dos caminhões-choques, das Harleys do pelotão de motos e dos jipes Land Rover e o toque de reunir a tropa no pátio e a ordem de partida. Mil soldados, vindos de vários recantos do Paraná e Santa Catarina, se dirigem para abrir o majestoso desfile de Sete de Setembro na Avenida Getúlio Vargas, na capital da República. A avenida está em regozijo com os burburinhos da assistência que lota suas duas alas. Com a tropa formada no meio da rua, os oficiais dão uma última verificada. Todos em seus lugares!

O clarim transmite a ordem: "Ordinário! Marche!" Imediata­­men­­te, a legendária banda do Batalhão de Guardas estronda a marcha Alte Kameraden. Em seguida, a Polícia do Exército desfila com garbo, o povo aplaude, al­­guém brada na multidão: Viva os catarinas! A banda continua e, ao som de Velhos Camaradas, a tropa passa em frente do palanque oficial olhando à direita. Lá, estão as mais altas patentes e as mais im­­portantes autoridades do Brasil. Veio à memória o primeiro desfile, dez anos antes, na velha Rua XV de Curitiba... piá de 9 anos, alu­­no de grupo escolar cujo uniforme era um avental branco en­­gomado. Deu vontade de chorar...

Velhos camaradas! Vocês que serviram no 1.º Batalhão de Po­­lícia do Exército, denominado atualmente como Batalhão Mare­­chal Zenóbio da Costa, em homenagem ao criador da PE no Corpo Expedicionário, ainda na Itália. Velhos camaradas, que serviram em outras unidades da Polícia do Exército, estão todos convidados, juntamente com seus familiares, para participarem do encontro de veteranos, promovido pela As­­sociação dos Veteranos e Amigos da Polícia do Exército e que será realizado nas dependências da 5.ª CIA. de PE, junto ao Quartel-General da 5.ª Região Militar, no Bairro do Pinheirinho, em Curitiba. O encontro será no próximo dia 8 de maio, coincidindo com o Dia da Vitória.

O programa começa com a recepção dos veteranos, às 9h30, pelo major Edmar Loiri Cordeiro, comandante da 5.ª Cia. de PE, se­­guido de palestra feita pelo general comandante da 5.ª Região Militar, Adhemar da Costa Ma­­chado Filho. A seguir, formatura e inauguração do busto do general Ventura, primeiro-co­­man­­dante da PE. Desfile e almoço de confraternização. Compareça para matar as saudades e rever os velhos camaradas. Não esqueça! Uma vez PE, sempre PE!

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