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Clube de ciclistas, fundado pelos alemães de Curitiba em 1895 |
Clube de ciclistas, fundado pelos alemães de Curitiba em 1895| Foto:
  • Estandarte do Clube de Ciclistas de Curitiba, onde se destaca a data de fundação
  • Ciclistas disputam corrida na década de 1950, quando bike era meio de transporte em Curitiba.
  • Emocionante chegada de uma competição ciclística de rua. Foto feita na década de 1950
  • Em 1909 o fotógrafo Domingos Foggiatto, em sua bicicleta, bate um papo com Julio Gineste, aboletado em seu automóvel. Encontro ocorrido nos arredores de Curitiba
  • A Oficina Central do Laffite com a sua freguesia reunida na frente, em fins da década de 1890

Quem não está lembrado do tempo que começou a andar em bicicleta? Parecia um filhote de passarinho tentando sair do ninho. Alguns tombos e trombadas até sair cabriolando em ziguezagues vitorioso por ter conquistado o equilíbrio sobre as duas rodas.

A evolução desse meio de transporte começa com a invenção do celerífero na França, em 1790. Esse veículo nada mais era do que uma armação com duas rodas embalada pelo condutor com os pés no chão, somente andava em linha reta. Em 1816, um alemão instalou um guidão. Em 1840, um escocês estabiliza o eixo da roda traseira. No ano de 1855, um francês introduz pedais na roda dianteira e coloca duas rodas na traseira – surge o triciclo.

A primeira fábrica de triciclos de brinquedo surge em 1862 e, em 1875, a primeira de bicicletas; dois anos depois, é inventada a corrente na roda dianteira. Somente em 1880 é que aparece a bicicleta com corrente na roda traseira. As rodas de madeira ou ferro somente passam a usar pneus, de borracha maciça, após o invento dos mesmos pelo irlandês John B. Dunlop, em 1887. Em 1891, o francês André Michelin cria o pneu desmontável.

Durou mais de cem anos a evolução da bicicleta como a conhecemos hoje – uma verdadeira traquitana que foi sendo inventada aos poucos. A data da introdução desses veículos no Brasil consta na internet (Wikipédia, a enciclopédia livre) como sendo no ano de 1898. O que pode ser contestado documentalmente, haja vista que em 1895 – três anos antes, portanto – já existia um clube de ciclistas em Curitiba, fundado por elementos da colônia alemã local, como pode se verificar na fotografia inserida nesta página.

A bicicleta foi, além do cavalo, a condução individual de muitos curitibanos por largos anos, muito antes mesmo de aqui surgir o automóvel. O espanhol Laffite montou aqui a sua Oficina Central de consertos e revenda de bicicletas bem antes da virada do século 20. No limiar de 1900, Paulo Hauer vendia em sua loja, na Praça Tiradentes, as afamadas bicicletas alemãs da marca Dürkop.

O gosto pelas magrelas se expandiu por Curitiba. Todo piá sonhava em ganhar sua bicicleta no Natal, prometida muitas vezes para aqueles que passassem de ano na escola. Os de menores posses se contentavam em emprestar dos amigos mais abonados, ou então, quando arrumavam alguns trocados, alugavam as bicicletas. Existiam duas oficinas que prestavam tal arrendamento, uma delas ficava no início da Rua Westphalen e a outra na antiga Rua Ivahy, hoje Getúlio Vargas. Essa última pertencia a João Destéfani (Jango), tio do escriba aqui.

Houve tempo em que as competições ciclísticas eram famosas na cidade. Principalmente na década de 1950, quando as lojas Hermes Macedo e Prosdócimo patrocinavam as corridas com as disputas de ciclistas que se tornaram célebres campeões, como o foi José Kalkbrenner Filho, que chegou a vencer campeonato sul-americano.

Na atualidade, o gosto pelo uso das bikes está voltando. Principalmente como condução que possibilita a substituição das latas de sardinha que são os ônibus curitibanos, sobretudo nas horas de pico.

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