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O juiz Sergio Moro com o casal Yvone e Paulo Pimentel, a diretora da Casa Cor Paraná, Marina Nessi (à dir.), e a engenheira e designer Janaína Macedo durante a visita que fez à Biblioteca da mostra, em sua homenagem, no último sábado. | Valterci Santos
O juiz Sergio Moro com o casal Yvone e Paulo Pimentel, a diretora da Casa Cor Paraná, Marina Nessi (à dir.), e a engenheira e designer Janaína Macedo durante a visita que fez à Biblioteca da mostra, em sua homenagem, no último sábado.| Foto: Valterci Santos
  • O jornalista Antônio Carlos Carneiro Neto toma posse hoje, às 19h30, na cadeira número 40 da Academia Paranaense de Letras, no Sesc da Esquina, com saudação do acadêmico Ernani Buchmann.

Como era previsto, o juiz Sergio Moro foi a grande estrela do jantar anual da Federação do Comércio do Paraná, na última sexta-feira, no Expo Unimed Curitiba. Ele foi um dos três agraciados com a Comenda do Comércio, ao lado do presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneghette e do empresário Joanir Zonta, da rede Condor Super Center. No discurso de dez páginas que fez em nome dos homenageados, Moro falou da Lava Jato e seus desdobramentos. A coluna solicitou a Moro seu discurso e ele, que já o havia mandado guardar no carro, pediu a um segurança para buscá-lo e o entregou ao colunista, pedindo desculpas pelos rabiscos de última hora.

Corrupção sistêmica

Intitulado Corrupção Sistêmica, o discurso começou com uma brincadeira do juiz diante dos homens do comércio. “Devo confessar que sou um péssimo comerciante e provavelmente sempre saio em desvantagem nas transações comerciais das quais participo, mas o fato de ser premiado alguém de fora desse meio torna a honraria ainda maior”. A partir daí, a Lava Jato e a corrupção foram a tônica do pronunciamento. Antes, cumprimentou sua mulher, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro, “cujo apoio tem sido essencial para os trabalhos por mim desenvolvidos”. Em seguida compartilhou a homenagem recebida. “Recebo, não obstante, o prêmio com algum constrangimento, pois se trata de premiar um trabalho ainda inacabado, em desenvolvimento. Além disso, tenho bem presente que se trata de um trabalho institucional, com méritos a serem distribuídos a várias pessoas”, citando a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Receita Federal e o Poder Judiciário.

Dr. Julio Gomel, um sorriso que vai deixar saudade em todos nós.Divulgação

No bom caminho do céu

O mundo ficou menos solidário ontem com a morte do estimado médico Julio Raphael Gomel, aos 85 anos. Uma das figuras mais queridas da cidade, tinha um imenso círculo de amigos, que nunca lhe faltaram quando os convocava para ajudar a causa de sua vida, o Lar O Bom Caminho, que acolhe crianças de zero a dois anos de idade retiradas pela Justiça de famílias desajustadas. Foi um dos fundadores da instituição, em 1972, e ultimamente ocupava o cargo de diretor financeiro. Comandou durante 17 anos o Jantar das Estrelas, que realizava todo ano no Clube Curitibano para arrecadar fundos para o lar. A última edição foi em 2014. Mesmo doente, não deixava de ir diariamente ver suas crianças, pelas quais tanto fez e brigou para mantê-las. Dr. Julio foi sepultado no Cemitério Israelita de Santa Cândida.

A gênese da Lava Jato

“Já são mais de dois anos desde o início ostensivo da assim denominada Operação Lavajato (conforme grafado por Moro). O caso, como é comum em toda investigação criminal, iniciou-se pequeno. Investigavam-se quatro indivíduos envolvidos em lavagem de dinheiro quando a Polícia Federal literalmente tropeçou na prova de que um deles havia adquirido um veículo de luxo para um ex-Diretor da Petrobrás”. [...] Identificado, considerando todos os casos já julgados, um esquema de corrução espalhado, profundo e penetrante e que teria tomado conta da vida administrativa do país. [...] Esse quadro de corrupção sistêmica é perturbador e nos entristece”, afirmou, sendo interrompido várias vezes por aplausos.

Aplausos à sociedade

Também mencionou a prisão de empresários poderosos, sem citar nomes. “A ilustrar o fato de que dirigentes de poderosas empreiteiras que se organizaram em cartel e pagaram propinas no esquema criminoso foram, de forma inédita, processados, presos e, já em cerca de onze processos, condenados criminalmente. [...] Mas mais que o amadurecimento das instituições brasileiras, há aqui uma vitória coletiva da sociedade brasileira, pois foi ela quem, aos milhões, saiu às ruas para protestar no ano passado e no presente contra a corrupção”. [...] O triunfo é, portanto, da democracia brasileira. Mas é um triunfo inacabado”.

Zapeando
  • O jornalista Antônio Carlos Carneiro Neto toma posse hoje, às 19h30, na cadeira número 40 da Academia Paranaense de Letras, no Sesc da Esquina, com saudação do acadêmico Ernani Buchmann.
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