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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Nada de baixar a guarda para o Aedes aegypti com a chegada do inverno e queda nas temperaturas. De acordo com o coordenador do programa de pós-graduação em Entemologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mário Navarro, esse é o melhor momento para investir no combate ao mosquito e diminuir a possibilidade de novas epidemias posteriormente. “Se nada for feito enquanto as temperaturas estiverem baixas, estaremos plantando a semente do desastre no próximo verão”, diz.

Ao contrário do que muitos imaginam, o frio não mata mosquitos, larvas e ovos. No caso dos insetos adultos, ocorre uma diminuição na atividade e na capacidade reprodutiva dos mosquitos. “Ele não vai voar, vai ficar mais tempo parado. Com isso, diminui o contato dele com o homem, o que pode criar uma falsa segurança”, explica Navarro.

A larva resiste um pouco melhor a temperaturas mais baixas, mas se desenvolve mais lentamente. E os ovos podem resistir mais de um ano em ambientes frios e secos, sendo inviabilizados apenas em caso de congelamento. “No momento adequado e favorável, ele vai começar todo o desenvolvimento dele”, diz a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, Simone Ferreira Gusi. Da mesma forma, os insetos adultos vão retomar suas atividades assim que a temperatura subir um pouco.

Combate aos focos

De acordo com Simone, é essencial que as pessoas continuem com vistorias semanais para verificar se há possíveis focos em suas residências. Caso algum seja identificado, é necessário fazer uma limpeza mecânica com escova e, se possível, água sanitária, porque, segundo Navarro, o produto inviabiliza o ovo.

Para o professor da UFPR, é necessário também que os municípios tenham um sistema de vigilância inteligente e eficaz, no qual os focos sejam registrados e georreferenciados, para que a eliminação não seja feita de forma errática. “É importante ainda criar, desde já, batalhões de pessoas treinadas para esse combate e que esse quadro seja continuamente capacitado, em vez de fazer isso ano a ano ou quando há epidemia”, afirma Navarro.

O pesquisador destaca ainda a necessidade de ampliar a qualidade do ambiente urbano, investimento no gerenciamento de resíduos e em saneamento. Para ele, ao contribuir para que epidemias sejam evitadas, todas essas ações também salvam vidas e economizam recursos públicos usados em medidas de emergências.

Curitiba

Conforme a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, as ações da prefeitura devem ser mantidas durante os meses mais frios. “Continua esse trabalho de inspeções em pontos estratégicos (borracharias, cemitérios, ferros-velhos, etc.), continuam as visitas domiciliares e os agentes de saúdem permanecem estimulando o cuidado”, diz Simone.

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