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Comentário feitos pela delegada Monique Vidal, titular da 14ª DP (Leblon), no Facebook provocaram polêmica a respeito da investigação da Divisão de Homicídios (DH) sobre o caso dos dois adolescentes suspeitos de participação na morte do médico Jaime Gold, esfaqueado enquanto andava de bicicleta na Lagoa na semana passada. Em resposta a uma publicação em que a ex-deputada federal Marina Maggessi, inspetora da Polícia Civil, afirmava que o jovem apreendido na semana passada era um “bucha” (no jargão policial, alguém que estaria pagando por um crime que não cometeu), Monique afirmou que a testemunha ouvida na noite do crime disse que “não tinha condições de reconhecer ninguém”. Após depoimento na DH, para onde o caso foi encaminhado, os delegados responsáveis pelo caso informaram que a mesma testemunha reconheceu o menor por meio de uma foto.

Na tarde de quinta-feira, os delegados Rivaldo Barbosa, titular da DH, e Patrícia Aguiar, adjunta da especializada, consideraram a investigação encerrada. O caso começou a ser apurado na 14ª DP e depois foi encaminhado para a DH.

“Tudo muito doido. Foi na Gávea, mas a Central (de flagrantes) era nossa (da 14ª DP) Passamos a noite em claro e foi o delegado Bruno, adjunto da 14ª DP, que foi ao hospital e pediu aos policiais que fossem ao posto (de gasolina, em frente ao local do crime). Naquela noite, ele (testemunha) disse que não tinha condições de reconhecer (os responsáveis pelo crime). No dia seguinte, já em outra DP (no caso, a DH), ele (testemunha) reconheceu (um dos jovens) em fotos”, disse Monique Vidal no Facebook.

Em outro comentário na mesma postagem, após uma outra pessoa ter questionado a rapidez na resolução do caso, Monique afirmou: “Pois é, ele (adolescente reconhecido pela testemunha) não foi pego na noite (do crime). A tal testemunha foi ouvida (por policiais da 14ª DP na noite do crime) e não tinha condições de reconhecer ninguém. Enfim... Segue o baile...”

Os comentários no Facebook foram revelados pelo “RJTV”, da TV Globo. A delegada Monique apagou as publicações na sequência. Procurados, Monique, Rivaldo Barbosa e a chefia da Polícia Civil ainda não se manifestaram.

Na tarde de ontem, após o fim da entrevista coletiva em que deu o caso por encerrado, o delegado Rivaldo Barbosa reclamou das críticas que a Policia Civil vinha sofrendo desde o momento em que apreendeu o primeiro menor, na semana passada.

“Teve gente dizendo que a gente estava ’embuchando’ (colocando a culpa em um inocente)”, ironizou.

Também na tarde de quarta-feira, antes de os delegados da DH se manifestarem, a Secretaria municipal de Desenvolvimento Social afirmara que o segundo adolescente (apreendido na quarta) havia confessado à mãe que tinha esfaqueado o médico. Depois, após o depoimento do jovem, a versão mudou. A Polícia Civil informou que ele havia confessado a participação no crime e afirmado que o outro suspeito desferiu as facadas. Em depoimento à Justiça e à polícia, o primeiro jovem apreendido negou participação do crime. Segundo os advogados de defesa, ele estava em casa, em Manguinhos, no momento em que o médico foi esfaqueado.

‘Ainda é prematuro tirar conclusões, ainda que a autoridade policial diga que o caso está encerrado”, disse, rapidamente, por telefone, o advogado Alberto de Oliveira, um dos responsáveis pela defesa do adolescente apreendido na semana passada.

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