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A colônia italiana Antônio Rebouças, de Campo Largo (região de Curitiba), repetiu neste sábado, na companhia do arcebispo emérito de Curitiba Dom Pedro Fedalto, 88 anos, uma caminhada que ocorre há mais de um século. A primeira Procissão dos Votos foi realizada há 131 anos num momento dramático em que a comunidade enfrentava epidemia que deixou 13 mortos.

“Desde então, todos os anos, os moradores voltam a percorrer a colônia”, conta Pedro Jacob Fedalto, sobrinho do arcebispo, que também participou da celebração. Ambos nasceram na colônia italiana, marcada pela religiosidade.

A procissão deste sábado foi seguida de missa e durou duas horas. Os fiéis percorreram ruas e moradias onde viviam vítimas da epidemia, bem como o cemitério local. A comunidade relata que a doença jamais foi decifrada, mas que, depois da manifestação de fé pelas ruas da colônia realizada em 25 de abril de 1884, os óbitos pararam e uma mulher doente milagrosamente recuperou a saúde.

Local da capela descrita como a primeira igreja italiana do Paraná, dedicada a Nossa Senhora do Carmo, a colônia Rebouças é berço de vocações como a do próprio dom Pedro Fedalto. Ele foi arcebispo de Curitiba durante 33 anos.

A epidemia que motiva a procissão ocorreu seis anos depois da formação da colônia, que tinha 155 moradores na época. As 13 mortes abalaram as famílias, que tinham vindo da Itália e foram remetidas a Campo Largo em 1878, depois de passarem por Morretes e Curitiba.

Médicos eram chamados para atender aos doentes, sem sucesso, contam moradores da colônia. A procissão ocorre no Dia das Rogações e Dia de São Marcos, mas não é atribuída a nenhum santo em especial. A comunidade devota de Nossa Senhora do Carmo tem hoje cerca de 250 pessoas.

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