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Embora a venda do prédio tenha sido aprovada, ela só deve ocorrer quando a nova sinagoga estiver pronta | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Embora a venda do prédio tenha sido aprovada, ela só deve ocorrer quando a nova sinagoga estiver pronta| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

No ano em que a imigração judaica completa 120 anos no Paraná, a comunidade israelita aprovou na terça-feira passada a construção de uma nova sinagoga em Curitiba. A aposta é de que seja erguido um templo moderno e que traga mais conforto e segurança aos fiéis. Em contrapartida, na mesma ocasião foi autorizada a venda da Sinagoga Francisco Frishmann, situada no Centro de Curitiba. "Vamos vender o prédio, não a sinagoga. E provavelmente só depois da construção", afirma Eduardo Schulman, presidente do Con­selho Deliberativo do Centro Israelita do Paraná (CIP).

A nova sinagoga está sendo projetada pelo arquiteto Manuel Dória e ainda não tem orçamento nem cronograma definidos para as obras. Entretanto, está certo que ela será construída junto ao CIP, no Centro Cívico, e bancada por um grupo de sócios, entre eles o empresário Miguel Krigsner, fundador de O Boticário. "A co­­munidade está concentrada hoje em um único espaço geográfico. A nova sinagoga será mais atual e mais contemporânea", conta o advogado Manoel Knopfholz, presidente da Federação Israelita do Paraná (FIP). Um terreno já anexado ao CIP será usado como estacionamento.

Localizado entre as ruas Cruz Machado e Saldanha Marinho, o antigo templo já não era usado no dia a dia da comunidade há cerca de cinco anos. O local passou a ser usado somente em grandes celebrações. A falta de segurança nas proximidades contribuiu para que as cerimônias diárias fossem realizadas dentro do CIP. "Virou um lugar difícil e perigoso. Um lugar onde há dificuldade para estacionar e muita prostituição em volta. É difícil fazer reuniões à noite lá", conta o jornalista Leo Kriger, vice-presidente da FIP. "Na comunidade judaica, uma sinagoga pode ser estabelecida em qualquer lugar", explica Schulman. "O que santifica são as pessoas, não o local", completa Kriger.

A Sinagoga Francisco Frish­mann foi construída em meados de 1950 no terreno onde existia o Centro Mosaico do Paraná, já que, durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de uma determinação presidencial, a CIP precisou mudar o nome. O centro era um espaço múltiplo, em que se concentravam as atividades sociais, culturais e religiosas da comunidade. A sinagoga recebeu este nome em homenagem ao empresário que ofereceu o dinheiro para a construção. As cerimônias religiosas foram mantidas no local, enquanto as ações sociais e culturais foram transferidas para o CIP, no Centro Cívico. Hoje, o CIP conta com cerca de 500 famílias associadas.

Não há previsão de data para colocar o antigo prédio à venda. "Não há nenhuma pressa para a venda. Oportunamente ela será feita. Talvez até não seja vendida", afirma Schulman. Caso a venda se concretize, ficarão as lembranças. "Para o judaísmo, não existe vínculo com o prédio. Existe um apego, mas não é um solo sagrado", reforça o presidente do Conselho Deliberativo do CIP. "O valor sentimental não é das paredes", resume Kriger.

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