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Publicidade usou a marca “J. Malucelli Imóveis”, levando os compradores a acreditar que o grupo de mesmo nome garantiria a obra. | Arquivo pessoal dos compradores
Publicidade usou a marca “J. Malucelli Imóveis”, levando os compradores a acreditar que o grupo de mesmo nome garantiria a obra.| Foto: Arquivo pessoal dos compradores

Depois do embargo por irregularidades ambientais, que paralisou as obras durante os últimos quatro meses, mais uma polêmica envolvendo o empreendimento imobiliário Parque das Nações Europa,localizado em São José dos PInhais veio à tona: compradores de unidades do conjunto habitacional localizado em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, alegam ter sido enganados pelas empresas responsáveis pela obra. Eles reclamam ter sido levados a acreditar que se tratava de um projeto do grupo empresarial J.Malucelli – proprietário de banco, seguradora, construtora e veículos de comunicação, entre outros negócios.

Grupo notificou uso indevido de marca

A reportagem entrou em contato com o Grupo J.Malucelli solicitando esclarecimentos sobre a utilização indevida do nome e da logomarca do grupo empresarial. Em nota, a assessoria de imprensa apenas reafirmou ter notificado as empresas que estariam fazendo uso indevido da marca, exigindo “a interrupção imediata da utilização do nome”. Sobre a relação de parentesco entre o representante legal da Emec Imóveis Ltda. e o fundador do Grupo, a assessoria de imprensa limitou-se a dizer “não possuir informações pessoais sobre assuntos externos ao âmbito empresarial do Grupo J.Malucelli”.

Na verdade, o empreendimento pertence à Emec Imóveis Ltda. e à Formula Empreendimentos Ltda., responsável pela construção – conforme consta nos contratos assinados pelos clientes. O problema é que, segundo relatos de consumidores, o empreendimento foi vendido como uma obra da empresa “J.Malucelli Imóveis”. Mas recentemente o próprio Grupo J.Malucelli negou qualquer vínculo com a empresa ou relação com o Parque das Nações Europa.

“Desde o início fomos enganados por se utilizarem da solidez do Grupo J.Malucelli para vendas, utilizando a logo oficial em todos os documentos como se o grupo fosse o responsável pela construção”, conta um dos compradores, José Décio Júnior. Ele reuniu cartões profissionais, fotografias de outdoors e outros materiais de divulgação do empreendimento com o nome “J.Malucelli Imóveis” e a logomarca do Grupo.

“Comprei um imóvel do Parque das Nações Europa acreditando que a marca J.Malucelli estava colocando seu nome como garantia de respeito e segurança e depositei minha confiança no empreendimento”, escreveu o leitor Everton Vitorino depois da primeira matéria publicada pela Gazeta do Povo sobre o caso.

Os compradores também se dizem surpresos com o posicionamento do Grupo J.Malucelli de que não tem vínculo algum com a empresa “J.Malucelli Imóveis”. “Durante as negociações, a equipe de vendas fez inúmeras promessas, expondo a marca e o renome do Grupo J.Malucelli, que transmite credibilidade, como chamariz”, afirmou o leitor Cristiano Ferreira.

Além das dúvidas e reclamações sobre o verdadeiro responsável pelo empreendimento, compradores queixam-se do descumprimento de uma cláusula contratual que garantiria, em caso de atraso, o pagamento referente ao valor de um aluguel de apartamento similar até que a obra fosse entregue. “Nos venderam o imóvel com previsão de entrega para julho de 2014, enfatizando que era um empreendimento da J.Malucelli, confiável e garantido pela Caixa Econômica Federal. Mas o prazo venceu, a carência de seis meses também, e ninguém entrou em contato com os compradores para pagar os aluguéis devidos ou informar a situação”, contou o leitor Anderson Bedim Alves.

Uso da marca teria tido consentimento verbal, mas nada formal

O nome “J. Malucelli Imóveis” teria sido usado com o consentimento verbal, mas não formal, do empresário Joel Malucelli, fundador do Grupo J. Malucelli, segundo informou Eugenio Caetano do Amaral Neto, representante legal da Emec Imóveis Ltda. e do Parque das Nações Empreendimento Imobiliário - empresas que aparecem no contrato oficial da Caixa Econômica Federal (CEF) para construção dos imóveis pelo programa Minha Casa Minha Vida. Amaral Neto é genro de Joel.

“Usava o nome J.Malucelli Imobiliária no início. Porém, muitos compradores começaram a achar que a J.Malucelli Construtora estava construindo o empreendimento. Na verdade a construtora é a Fórmula. Para que a confusão não prejudicasse o Grupo J.Malucelli, passamos a utilizar o nome Emec Imóveis, que também já estava mais fortalecido no mercado”, disse Amaral Neto.

Ele destacou ainda que o nome “J.Malucelli Imóveis” nunca constou no contrato social do empreendimento e que a J.Malucelli Construtora, empresa realmente pertencente ao Grupo J.Malucelli, nunca foi apresentada como responsável pelas obras.

O empresário lamentou o embargo e afirmou estar mobilizando esforços para retomar as obras o quanto antes. Há alguns dias, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, com sede em Porto Alegre, derrubou o embargo concedido em primeira instância. No entanto, a prefeitura de São José dos Pinhais ainda não renovou o alvará necessário para que as obras recomecem.

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