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 | CDC Organization/James Gathany
| Foto: CDC Organization/James Gathany

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba confirmou na tarde dessa quinta-feira (10) três casos autóctones – quando a doença é contraída na própria cidade – de zika na capital. A doença foi diagnosticada em duas mulheres e um homem residentes nos bairros do Alto Boqueirão, Cajuru e Sítio Cercado. De acordo com a pasta, os três pacientes apresentaram boa evolução do quadro clínico, sem complicações.

Desde o início do ano, Curitiba já confirmou 29 casos de zika, dos quais 26 foram contraídos em outros municípios. A pasta também confirmou a segunda morte por dengue na capital.e anunciou que vai aplicar multa em casos de reincidente descumprimento de notificações e de impedimento de acesso a terrenos e imóveis com possíveis criadouros,

Leia tudo sobre o Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, o zika e a chikungunya

A presença do vírus na cidade traz uma nova preocupação para a prefeitura: monitorar a circulação e impedir a sua propagação para outras regiões. De acordo com o secretário municipal de saúde, César Titton, o fato de os doentes viverem em bairros distintos indica que ainda não há propagação do vírus.

Exame é obritagório para pacientes com qualquer um dos sintomas

De acordo com o secretário da pasta, César Titton, a solicitação do exame que diagnostica as três doenças que podem ser transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti é obrigatória para todos os pacientes que apresentem qualquer sintoma.

O exame realizado é o PCR, que testa para dengue, zika e febre chikungunya. Porém, esse teste só é realizado se a coleta de sangue for feita em até cinco dias depois do surgimento dos primeiros sintomas. Passado esse prazo, não é mais possível testar para zika; então é realizada a sorologia para confirmação de dengue ou chikungunya.

Os casos autóctones de dengue (1) e zika (3) em Curitiba não devem provocar alterações nos protocolos de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde da Capital.

“Buscamos sempre aperfeiçoar a conduta clínica. Os profissionais da rede receberam capacitação para a abordagem médica adequada e identificação dos sintomas, mas os casos que chegam às Unidades Básicas de Saúde ainda são reduzidos em comparação com a totalidade dos atendimentos, então o que acontece é que os profissionais têm pouco contato com pacientes contaminados.”

Após a confirmação dos casos de zika, a prefeitura realizou o bloqueio nos locais de contaminação – procedimento no qual um raio de 300 metros é monitorado em busca de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

“A circulação do vírus dentro do município exige a intensificação das ações de monitoramento e fiscalização de criadouros, mas não há indícios de proliferação do vírus”, disse Titton.

Curitiba tem segunda morte por dengue

A SMS também confirmou a segunda morte por dengue na Capital. Um homem de 66 anos, residente no bairro Alto Boqueirão, morreu no dia 3 de março em decorrência de complicações da doença. Segundo a secretaria, o paciente contraiu dengue em Paranaguá e não apresentava quadro clínico de risco. O primeiro óbito por dengue foi registrado no dia 10 de fevereiro. A vítima era um homem de 65 anos contaminado em Foz do Iguaçu.

O boletim epidemiológico divulgado pela pasta traz também a confirmação do primeiro caso autóctone de dengue em Curitiba. O paciente que contraiu a doença na cidade mora no bairro Vila Guaíra.

Clima propício estende preocupação até junho

O secretário municipal da saúde, César Titton, alertou para o fato de que criadouros do Aedes aegypti foram encontrados em vários bairros de Curitiba, o que dificulta a identificação de “locais de maior risco” para a contaminação de dengue, zika ou chikungunya.

“Foram encontrados mais focos positivos para o mosquito em bairros da região Sul, mas não só. Curitiba é uma cidade com médio risco de proliferação do Aedes devido ao clima. Esse risco deve se manter pelos próximos dois ou três meses.”

No total, a capital já soma 287 casos confirmados de dengue só em 2016 – número superior à totalidade de casos registrados em 2015, de 252. No mesmo período do ano passado, entre janeiro e início de março, foram confirmados 88 casos.

Multa para controlar a multiplicação de focos

O aumento do número de casos de dengue e zika e a confirmação de contaminação em território municipal implicará o reforço das medidas de fiscalização de criadouros do Aedes aegypti. Segundo Titton, desde janeiro foram identificados 163 focos do mosquito, a maioria na região Sul da cidade, nos bairros Parolin, Vila Fanny, Uberaba, Hauer, Boqueirão e Guabirotuba.

Para controlar a multiplicação de focos do mosquito, a prefeitura deve iniciar a aplicação de multas em casos de reincidente descumprimento de notificações e de impedimento de acesso a terrenos e imóveis com possíveis criadouros. O valor da multa pode variar de R$ 200 a R$ 7 mil, de acordo com o tamanho do terreno e gravidade da situação.

Além das multas, a prefeitura deve intensificar a fiscalização de imóveis abandonados, de grandes oficinas, galpões e ferros-velhos – ambientes térreos e preferidos pelo mosquito; e realizar a aplicação localizada de inseticida em pontos considerados estratégicos.

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