Curitiba registrou 38 homicídios contra crianças e adolescentes neste ano

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Levantamento feito pela Delegacia de Homicídios de Curitiba mostra que 38 crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio na capital de janeiro a agosto de 2012. O número equivale a uma média de quase cinco assassinatos de crianças e adolescentes por mês -- dados que preocupam as autoridades policiais.

O delegado Rubens Recalcatti lamenta que ainda haja tantos crimes desse tipo contra pessoas de até 17 anos. No ano passado foram registradas 35 mortes do gênero no mesmo período. "Apesar de estar na média do ano passado, nós lamentamos a morte de crianças e adolescentes, principalmente dessas com o perfil de Letícia e Gabriel, que não têm envolvimento com drogas e têm bom comportamento", disse. Letícia Souza do Nascimento foi assassinada em casa, no bairro Santa Cândida. O primo dela confessou o crime. Gabriel Henrique Vieira foi morto a caminho da escola, no Umbará, e a polícia ainda trabalha nas investigações. Os dois casos ocorreram em setembro, mês que não entrou no levantamento.

O total de homicídios na cidade até agosto, contando toda a população, foi de 428. Em 2011 foram assassinadas 688 pessoas.

Envolvimento

De maneira geral, o delegado afirma que muitas mortes têm relação com o envolvimento de adolescentes em crimes. "Os adultos usam esses menores para cometer crimes pelo protecionismo que tem ao adolescente. Outra razão para muitas mortes de adolescentes é a iniciação cedo deles no mundo da droga, o que faz com que passem a traficar, gerando suas mortes", comentou Recalcatti.

O delegado ainda justifica a entrada dos adolescentes no mundo do crime por uma falta de "estrutura social". "Falta educação, lazer, base forte na família. Muitas dessas crianças têm uma estrutura familiar bastante deteriorada", disse.

O mês de janeiro de 2012 foi o mais violento para os menores de idade, quando foram registrados oito homicídios, conforme o levantamento. Maio aparece em seguida, com sete casos e, em terceiro, fica agosto, com seis. No ano passado, os meses com mais ocorrências desse tipo foram agosto e dezembro, ambos com sete, seguidos por novembro, que apresentou seis casos.