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A decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que determinou o retorno dos professores do 3º ano do ensino médio às salas de aula e de 30% dos servidores da área administrativa não garante a retomada das aulas ou o encerramento total da greve dos educadores e funcionários da rede estadual que entra na quarta semana nessa segunda-feira (2). De acordo com a APP-Sindicato, representante da categoria, a entidade foi oficialmente notificada da decisão hoje pela manhã e deve entrar com recurso nesta terça-feira (3).

Professores realizam manifestações na Região Metropolitana de Curitiba

Felipe Vanini, especial para a Gazeta do Povo

Os professores da rede estadual de ensino do Paraná mantiveram a agenda de atos contra o governo na manhã segunda-feira (02), com manifestações na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A primeira ocorreu com panfletagem no terminal central de ônibus de Fazenda Rio Grande. Também ocorreram caminhadas e panfletagem dos professores em São José dos Pinhais.

Segundo a professora Analúcia leal, do Metrosul, núcleo que atende 14 cidades da RMC, esses eventos fazem parte da estratégia de mobilização montada pela categoria. “Os professoras da RMC têm participado das reuniões e mobilizações importantes em Curitiba e, quando elas não ocorrem, realizam essas marchas de conscientização da população em suas cidades”, afirmou.

A liminar despachada no sábado (28) pelo juiz de plantão Victor Martim Batschke estabelece um prazo de 48 horas para o cumprimento da decisão. O entendimento da entidade é de que o prazo conta a partir da notificação, e não do despacho. O TJ-PR confirmou esse entendimento. Assim, ainda que a decisão judicial seja cumprida, isso ocorreria apenas na quarta-feira (4), dia da assembleia-geral da categoria. Por enquanto, as aulas permanecem suspensas.

O presidente da APP Sindicato, Hermes Leão Silva, disse que em nenhum momento a APP quer questionar a legitimidade do judiciário, mas que a intenção agora é tentar demonstrar ao TJ-PR que há impossibilidade de a sentença ser cumprida. “O governo assumiu o compromisso de consolidar as matrículas, abrir mais turmas, de modo que ainda vai alterar o quadro dos professores e as séries nas quais eles estarão lotados. Além disso, o governo também tinha dispensado 10 mil funcionários, não temos como saber como vão ficar essas questões.”

A APP-Sindicato declarou, ainda, lamentar a decisão do governo estadual de acionar a justiça. “Ao invés de fazer um esforço pelo atendimento dos itens da pauta de reivindicação, o governo optou pelo caminho judicial, o que consideramos muito negativo em um contexto de greve legítima”, disse Silva.

O número de professores que deveriam retornar às salas de aula em decorrência da decisão judicial é desconhecido pela APP-Sindicato. Segundo a entidade, não há um levantamento de pronto porque o corpo docente está defasado e tanto a reorganização das turmas quanto a contratação de professores é parte do acordo firmado entre categoria e governo, o que implica alterações no número de docentes responsáveis por turmas do 3º ano do ensino médio.

Desgaste

Em nota divulgada no sábado (28), após entrar com uma ação junto ao TJ-PR pedindo que a greve fosse declarada ilegal, o governo afirmou estar cumprindo sua parte do acordo integralmente e acusou grupos do comando grevista de transformar a greve em movimento político, “cujo único objetivo é desgastar o governo e tumultuar o ambiente social”, dizia o comunicado.

O juiz responsável pelo caso deve se pronunciar sobre a ilegalidade da greve apenas após a assembleia-geral dos professores, na próxima quarta-feira. Por enquanto, segundo a liminar, não haveria razões para declarar o movimento abusivo uma vez que os grevistas seguiram todos os procedimentos exigidos.

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