A destruição da floresta amazônica aumentou 16% em 2015 na comparação com o ano anterior, enquanto o governo se esforça para fazer cumprir a legislação e impedir desmatamentos ilegais no país. Os dados de satélite registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para os 12 meses até o fim de julho deste ano mostraram que 5.831 quilômetros quadrados de florestas foram desmatados na Amazônia.
Os números divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério do Meio Ambiente confirmam informações preliminares de instituições ambientais que revelaram um aumento do desmatamento após uma queda registrada em 2014.
O avanço ocorre em um momento sensível para o governo brasileiro. Países do mundo inteiro se reúnem em Paris, na França, a partir da semana que vem para discutir um novo acordo climático global com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O desmatamento responde por cerca de 15% desses gases no mundo, mais do que todo o setor de transportes.
A forte alta verificada no Mato Grosso, grande pecuarista e produtor de grãos, foi o principal fator por trás do aumento na destruição da Amazônia. Proprietários de terras no estado desmataram cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados neste ano, em comparação a cerca de mil quilômetros quadrados em 2014.
“Foi uma surpresa, particularmente o aumento no Mato Grosso”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a jornalistas em Brasília.
Segundo a ministra, a pressão para aumentar a exploração madeireira está novamente forte e vindo da agricultura e pecuária. Amazonas e Rondônia também integram a lista dos Estados que mais desmataram.
Apesar do salto deste ano, a área desmatada ainda é muito menor do que no passado, já que o país conseguiu reduzir drasticamente a destruição da Amazônia desde que começou a monitorar o desmatamento em 2004, quando quase 30.000 quilômetros quadrados de floresta foram perdidos.
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