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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Os inúmeros transtornos ocasionados pelas chuvas em excesso não são os únicos resultados da ação do El Niño mais forte dos últimos vinte anos. Originado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, o fenômeno também é responsável pelo aumento em grande escala da incidência de raios no país. Estudo do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que a primavera de 2015 teve, em média, 160% mais descargas atmosféricas do que a mesma estação de 2014 no Paraná.

INFOGRÁFICO: conheça as circunstâncias das mortes por raios no Brasil

Não custa lembrar

- Durante tempestades, o ideal é não sair para a rua.

- Se estiver na rua, procure não segurar objetos metálicos longos, como varas de pesca e tripés; não estacione próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.

- Em casa, não use o telefone com fio ou qualquer ligado à rede elétrica.

- Alguns locais são considerados perigosos durante chuvas fortes. São eles: topos de morros ou cordilheiras; áreas abertas, como campos de futebol; estacionamentos abertos; proximidades de áreas isoladas.

Fonte: Elat/ Inpe

A média, segundo o grupo, se aplica também aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na região Sudeste, a superação foi ainda maior: ultrapassou em 200% os valores registrados na primavera de 2014.

O argumento dos meteorologistas para explicar a alta na quantidade de raios na estação passada se baseia na intensidade do El Niño. Tanto a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA, sigla em inglês) como a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, siga em inglês) – órgãos estadunidenses que realizam pesquisas climáticas – já apontaram o atual fenômeno como o mais forte desde 1997.

E a energia do El Niño diz muito sobre os impactos que ele pode causar, seja pelo alto volume de precipitação ou pela falta dela. No Sul, por exemplo, o Grupo de Eletricidade Atmosférica estima que, até o fim deste Verão, haja 20% a mais de chuva. Daí, consequentemente, a possibilidade de também haver mais raios no período.

A professora da UFPR Alice Grimm, especialista em Ciências Atmosféricas, explica ainda que a relação entre El Niño e raios se dá pela grande “produção” de nuvens Cumulus Nimbus em períodos de atuação do fenômeno. Este tipo de nuvens, que se forma quando há bastante umidade na atmosfera, normalmente produz bastante precipitação.

Ranking de raios no PR

Veja as três cidades que mais concentram descargas atmosféricas no estado:

1 - Foz do Iguaçu (Oeste)
2- Capanema (Sudoeste)
3- Santa Terezinha de Itaipu (Oeste)

Fonte: Elat/ Inpe

“[A abundância de Cumulus Nimbus] é mais abundante durante episódios de El Niño aqui [no Sul do Brasil], afirma a professora. “E nesse período também tem matéria-prima, que é umidade. A umidade ajuda a formar essas nuvens, chuvas e, claro, os raios. Raio não se forma em nuvens rasas”.

De acordo com a docente, embora seja esperado também um aumento relativo de descargas neste Verão, a maior incidência deve ficado mesmo com a primavera. Isso porque a estação tem mais impacto dos eventos climáticos provocados pelo El Niño. No Paraná, moradores da região Sudoeste e Oeste é que devem ter percebido mais nitidamente a alta concentração de raios (veja as regiões mais afetadas por raios no estado no box).

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