A charmosa urna que armazena as cinzas resultantes do processo de cremação de entes queridos agora ganhou um concorrente. A empresa suíça Algordanza promete transformar essas cinzas em joias. O serviço, pouco conhecido e realizado apenas sob encomenda, é feito por um memorial do diamante pela companhia.
No processo, cinzas recentes ou guardadas há mais tempo podem ser transformadas em diamantes de 0,25 quilates (4,1 miligramas) a 1 quilate (200 miligramas) em formatos de coração, quadrado (com as quinas retas ou lapidadas) ou brilhante (arredondado). O parente pode optar por colocar a pedra preciosa em anéis, colares ou pulseiras. “É uma forma de eternizar a memória da pessoa que partiu”, explica Mylena Cooper, diretora da Funerária e Crematório Vaticano, a única empresa que oferece o serviço no Brasil, com sedes no Paraná e em Santa Catarina.
A produção demora cerca de três meses e a joia custa entre R$ 12 mil – para diamantes pequenos in natura – e R$ 62 mil – caso tenha maior quilate e seja lapidado. O cliente ainda pode fazer uma inscrição de até 75 caracteres a laser no diamante. Ela somente poderá ser lida com uma lente de aumento. Para cada diamante, são utilizadas em média 500 gramas de cinzas. Como a cremação humana resulta em dois quilos de cinzas, em média, é possível produzir mais de uma joia.
A família também recebe um certificado que garante a autenticidade, o peso, o corte, a composição química da pedra e a cor do diamante, que é determinada pelo elemento boro presente nas cinzas e varia entre o branco e os diversos tons de azul. A coloração traduz bem a exclusividade do material, pois é influenciada pelo estilo de vida, alimentação, medicações e outros hábitos que a pessoa teve durante toda a vida.
Por enquanto, o serviço chama mais a atenção pela curiosidade do que pelos pedidos. Na Funerária e Crematório Vaticano, cerca de cem pessoas já solicitam informações sobre o serviço. Mas apenas oito concretizaram a encomenda. A maioria dos interessados é dos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
