• Carregando...
 | Divulgação/
| Foto: Divulgação/

A crise hídrica de 2016 motivou um trabalho interdisciplinar na escola Izair Lago, no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, que vai beneficiar toda a comunidade escolar por vários anos. O projeto – do 5.º ano A e coordenado pela professora Camila Magalhães de Souza – mobilizou todos os estudantes da escola em um trabalho de conscientização para a preservação dos recursos naturais.

Com a leitura diária do jornal, por meio do projeto Ler e Pensar, a professora Camila percebeu que a crise hídrica de 2016 era uma grande oportunidade para a construção do conhecimento em conexão com a realidade das crianças. Ao se deparar com inúmeras matérias da Gazeta do Povo sobre a falta de água no país, a professora iniciou uma série de atividades visando a percepção sobre a responsabilidade de todos na manutenção das reservas de água.

Em um primeiro momento, apresentou vídeos selecionados no Youtube para mostrar como a água, um recurso indispensável para a humanidade, já dá sinais de escassez. Camila também utilizou a música Planeta Água, de Guilherme Arantes, como conteúdo de Língua Portuguesa. Ela explorou os versos e rimas, mas sempre estabelecendo relação com o Ciclo da Água, conteúdo programático da disciplina de Ciências, que ganhou um reforço especial com aula de campo nos Mananciais da Serra.

Durante as aulas, estudantes e professora concluíram que não bastava discutir o assunto e deixar conhecimento restrito à sala de aula. A partir dessa constatação, a turma foi organizada em grupos para fazer uma exposição sobre o tema às outras turmas, o que resultou no envolvimento dos todos os estudantes da escola na conscientização da comunidade.

Mas a solução para o anseio dos alunos surgiu a partir de uma matéria publicada na Gazeta do Povo sobre a captação de água da chuva nos imóveis que estão sendo construídos. Após a leitura e discussão com a turma, ficou evidente que a construção de uma cisterna era relativamente fácil e as vantagens enormes.

Parceria para bem comum

Tomada a decisão de construir uma cisterna para a escola, a professora coordenou uma série de parcerias para obter os materiais necessários e operacionalizar a obra. Toda a escola se envolveu em uma busca na comunidade por reservatórios que pudessem ser doados, porém, sem sucesso. A diretora da escola conseguiu solucionar o problema com a ajuda de um município vizinho de Quatro Barras que doou os recipientes. O restante dos materiais foi adquirido com recursos da escola ou doados por Cleverson, membro da comunidade e parceiro dos estudantes no projeto.

Com a ajuda dele, a cisterna ficou pronta e os alunos adquiriram um novo e importantíssimo papel: orientar os funcionários da escola na sua utilização. Nessa atividade surgiu um novo problema: a água era bombeada pela força do braço, o que dificultava muito o trabalho. Novamente foram realizados estudos e a solução encontrado foi instalar uma torneira. Com o trabalho concluído, a água da chuva coletada na cisterna é utilizada para limpeza e higienização da escola e até para irrigação de uma horta, atividade inspirada no projeto da professora Camila, que ficou muito satisfeita com o resultado.

“O que nos deixa mais motivados é o reconhecimento da comunidade, pais, alunos, vizinhos, professores, diretores, amigos e parentes, que vieram até mim e demonstraram satisfação e vontade de ajudar”, relata a professora, com a sensação de dever cumprido.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]