• Carregando...

Cerca de 150 alunos da Escola Especial Guilherme Darin, localizada no bairro Vila Izabel, em Curitiba, ficaram sem aulas na tarde desta quinta-feira (8). Os 36 professores da escola paralisaram o trabalho em solidariedade a três deles que foram demitidos. Os alunos permaneceram no pátio do colégio, sendo cuidados por monitores, até os pais chegarem e o transporte escolar poder levá-los para casa no horário normal, às 17h30. Os professores demitidos são contratados por convênio. A Escola é particular, mas é mantida pela Associação Paranaense para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Apadeh), que mantém convênios públicos para atender os alunos.

Após uma reunião, intermediada por representantes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed), os professores decidiram que voltarão às aulas nesta sexta-feira (9). Havia risco de a greve se estender. A pasta ainda deve voltar à escola nesta sexta-feira para nova reunião sobre as demissões.

De acordo com um professor, que preferiu não ser identificado, Apadeh os demitiu porque solicitaram informações sobre a prestação de contas da entidade. Os oito professores, contratados por meio do convênio, estavam com seus salários atrasados há alguns dias.

A Apadeh tem sido foco de polêmica nos últimos meses. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apura suspeita de irregularidades na administração da mantenedora da escola. As promotorias do Patrimônio Público, de Fundações e Terceiro Setor e a de Defesa dos Direitos dos Portadores de Deficiência têm três investigações distintas. Segundo o próprio MP, os inquéritos civis procuram verificar se houve apropriação indevida de valores da associação, outras irregularidades e como são as condições de atendimento às pessoas com deficiência na escola. Todas as investigações estão em andamento.

De acordo com alguns professores, faltam insumos básicos para o atendimento dos alunos, como papel toalha e sabonete, giz, copos descartáveis e materiais didáticos. Também dizem fazer “vaquinha” para comprar carne para alimentar as crianças. Uma das professoras revelou que teve que fazer comprar cartolina com dinheiro do próprio bolso recentemente.

Outro lado

A reportagem conversou com o presidente da Apadeh, Waldir Muguetti, que também é pai de aluno, sobre os atrasos nos salários e a paralisação dos professores. Ele afirmou que, em razão de alguns atrasos de pequenos valores no pagamento de boletos à Receita Federal, a escola não conseguia a certidão negativa da entidade para poder liberar os recursos da Seed. O pagamento, segundo ele, foi efetivado, mas não houve tempo hábil para conseguir a certidão e liberar o pagamento. Muguetti disse que, por isso, acabou autorizando com outro recurso, adiantamento do 13º salário dos conveniados. Ele considerou a greve injusta.

Muguetti disse ainda que houve paralisação apenas na tarde desta quinta-feira e que vai manter a escola aberta, mesmo sem os professores, com atividades realizadas pelos monitores. O representante da Apadeh também nega que as demissões tenham sido realizadas em razão dos pedidos por prestação de contas. O representante da associação alega que tem prestado contas frequentemente.

Sobre a falta de material, ele nega que isso ocorra. A justificativa é de que todas as reclamações sobre a escola e a Apadeh começaram com um pai de aluno, que gostaria de ser presidente da associação. De acordo com Muguetti, esse pai reuniu apoio de poucos professores e outros familiares de alunos para tentar ser presidente.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]