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Eduardo Fenianos, o urbenauta: idealismo e paixão por aventura o levaram a desvendar a cidade onde mora | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Eduardo Fenianos, o urbenauta: idealismo e paixão por aventura o levaram a desvendar a cidade onde mora| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

"Como definir o curitibano? Qual deles? O do Batel, Caximba ou Vila Fanny? Há muitas cidades dentro de Curitiba. Só depois de passar um tempo fora dela é que você começa a entendê-la melhor."

Eduardo Fenianos, jornalista e viajante urbano.

Poucos – na verdade, talvez ninguém – podem se orgulhar de conhecer Curitiba tanto como o jornalista Eduar­­­­do Fenianos. Em 1997, depois de lançar uma série de livros contando a história dos 75 bairros da cidade que o viu nascer, ele empreendeu uma viagem inédita: circular por todas as ruas de Curitiba durante 100 dias, dormindo (pousando, para usar um termo local) na casa de quem aceitasse recebê-lo. Agora, 15 anos depois da aventura que o consagrou o primeiro urbenauta do planeta, ele pretende repetir o trajeto, pelo menos em parte. "Quero organizar uma miniexpedição comemorativa para descobrir quem é essa Curitiba do século 21, fazer novos registros em foto e vídeo. Será uma forma de voltar a me achar na cidade depois de tanto tempo, de dar asas às minhas raízes", conta o viajante. Nos últimos anos, Eduardo quase não dormiu na casa dele, no Alto da XV, ocupado em viajar todas as capitais brasileiras – experiência que rendeu dezenas de livros e filmes, uma novela no Twitter e um romance em fase de finalização. "Curitiba cresceu e mudou muito. Ainda estou meio perdido aqui, mas me recuso a usar GPS na minha cidade", brinca.

Preocupação

Fiel ao ditado do filósofo Lao Tsé, "antes de mudar o mundo, dê três voltas ao redor da sua própria casa", Fenianos anda preocupado com o que chama de "sãopaulinização" de Curitiba e cobra do poder público mais atenção às questões ambientais e urbanas. E se o prefeito aceitasse viajar como copiloto da urbenave de Fenianos? Para ele, não seria má ideia navegar por todos os rios da região e cruzar os pontos extremos da cidade, pois é durante o trajeto entre eles que a diversidade se revela. Mas, o mais importante, seriam as paradas para dormir. "Entrar na casa de uma pessoa é entrar em sua vida. E, este mergulho antropológico, sociológico e simbólico é uma forma de ver a cidade em todos os sentidos."

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