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Insegurança

Com medo de ser roubado, frequentador não desgruda da bicicleta

Todas as tardes, o vigilante Alberto Francisco Trindade pega sua bicicleta e pedala até o Passeio Público. Gosta de sentar-se à sombra e observar o movimento. Mesmo quando há vaga no paraciclo ao lado do módulo policial, ele prefere não desgrudar da "magrela". O motivo: a falta de segurança.

"Já roubaram a bicicleta de um amigo meu aqui dentro. Aproveitaram que os policiais tinham saído e a levaram. Então, prefiro ficar do ladinho da minha", explicou. O exemplo de Trindade evidencia a falta de infraestrutura que incentive os frequentadores a irem de bicicleta ao parque.

Estudos

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está se debruçando sobre o problema. A assessora de projetos do órgão, Ariadne Mattei Manzi, ressalta que estão em estudo a revitalização do Passeio e a criação de um corredor cultural que abrangerá o parque. Os projetos preveem melhorias na acessibilidade, ampliação das calçadas e readequação das ciclovias, além da ampliação do número de paraciclos.

A paciência é a virtude que os motoristas que desejam chegar ao Passeio Público de Curitiba mais exercitam. Quem se aventura a bordo do próprio veículo enfrenta todo o trânsito pesado do anel central, além da dificuldade para estacionar nas imediações do parque mais antigo da capital. Faltam vagas públicas para carros e os poucos estacionamentos privados cobram preços salgados.

"Não há muito o que se fazer. É uma área nobre, onde não tem como criar espaços de estacionamento", resume o coordenador do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Bertin. "É quase um problema insolúvel. O que se fizer pode até amenizar, mas não vai resolver", completa o professor do doutorado em Gestão Urbana da PUCPR, Fábio Duarte.

INFOGRÁFICO: As melhores maneiras de acesso ao Passeio são de ônibus e bicicleta

Quando o parque foi inaugurado, em 1886, Curitiba era uma cidade provinciana que contava com cerca de 25 mil habitantes. Com o crescimento da capital, o Passeio se viu estrangulado por vias destinadas principalmente ao tráfego rápido de carros e ônibus. É como se, ao longo do processo de urbanização, o logradouro tivesse sido isolado, engolido pelo vaivém de veículos. "Não se previa este problema na época [da inauguração]. Agora, é preciso ir atualizando o Passeio para a realidade atual", diz o professor do Departamento de Transportes da UFPR, engenheiro Eduardo Ratton.

Alternativas

Mas a dificuldade para chegar de carro não é desculpa para deixar de visitar o Passeio. A saída é apostar em outras formas de locomoção mais rápidas e baratas, como o transporte coletivo e a bicicleta. O quadro é mais positivo para quem prefere usar o ônibus. Em três praças próximas – a 19 de Dezembro, a Santos Andrade e o Largo Bittencourt – há uma oferta total de 22 linhas municipais, nove metropolitanas, seis diretas (em estações-tubo) e duas circulares, além do expresso biarticulado que passa em frente ao Passeio.

Já quem opta pela bicicleta tem à disposição uma ciclovia que margeia o parque. O problema é que existe apenas um paraciclo, com seis vagas, para deixar a bike. E também não há bicicletários para os ciclistas guardarem o equipamento com maior segurança.

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