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O casal Ewald com os filhos Poliana, Paola, Gabriel Antonio e Priscila: confiança na escola pública | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
O casal Ewald com os filhos Poliana, Paola, Gabriel Antonio e Priscila: confiança na escola pública| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Rumos que refletem a condição social

Um dado revelado pela pesquisa pode, em um primeiro momento, preocupar. Da população de jovens da capital entre 18 e 24 anos, em Curitiba, 68% não estudam. Para o coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Positivo, professor Carlos Roberto Domingues, várias podem ser as justificativas deste dado e seria preciso fazer cruzamentos de informações para ter um cenário mais próximo do real. "Porém, minha experiência na sala de aula tem mostrado que em determinados cursos e turnos, os estudantes realmente já passaram dos 25 anos". Para ele, alguns fatores podem contribuir para este adiamento em se cursar uma faculdade, por exemplo. "Há uma deterioração da renda, que inviabiliza ao jovem cursar uma faculdade, seja ela particular ou pública. É preciso ter consciência de que uma faculdade pública também tem custos, pois muitos cursos são integrais ou com grades de horários intercaladas ao longo do dia, o que inviabiliza uma atuação profissional em paralelo."

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  • Confira no gráfico a melhora na formação educacional dos curitibanos

Os moradores da Grande Curitiba demonstraram nas respostas dadas à pesquisa da Gazeta do Povo que a educação é fator fundamental para o desenvolvimento, não apenas social, mas também pessoal. Para 82% da população, "a educação é a principal maneira de conseguir subir na vida". Para a professora Nadir Scaliante de Castro, diretora-auxiliar do Colégio Estadual Júlia Wanderley, os seus 31 anos de prática pedagógica lhe dão a certeza dessa afirmação. "A educação é o único caminho para reverter os problemas sociais que estamos enfrentando. Mas para dar certo é necessária a cumplicidade entre os pais e a escola", afirma. Para ela, o professor precisa ter a clareza da sua responsabilidade, pois ele influencia diretamente a criança, que muitas vezes passa mais horas na escola do que em casa.

Certa de que esta cumplicidade entre escola e família irá garantir um espaço escolar condizente para a formação de seus filhos, a nutricionista Erieta Kogiaridis Ewald se esforça para ser uma mãe bastante presente. Tanto que é defensora do ensino público, representando bem os dados da pesquisa que demonstram que 87% daqueles que têm filhos, os mantêm na escola pública. Extraindo os dados apenas de Curitiba, em 2000, 75% daqueles que tinham filhos os mantinham na rede pública, contra 20% na particular. Em 2008, são 86% na pública e 12% na particular – porém esses dados incluem as creches, que não estavam presente na pesquisa de 2000.

Segundo Erieta, as escolas são diferentes entre si e os pais precisam estar presentes na rotina escolar, próximos à direção e aos professores, para poder confiar a educação de seus filhos àqueles profissionais. "Minhas duas filhas mais velhas já estudaram em escola particular e hoje estão na escola pública, na qual tenho muito mais confiança. Conheço a direção da escola e os professores e participo ativamente da rotina de atividades", diz. Ela afirma que as ações que vê na atual escola pública de suas filhas – como cardápio planejado e balanceado nutricionalmente, aulas de panificação e programas culturais, além da busca da direção em agregar os pais nas ações escolares –, não eram sentidas com tanta ênfase nas outras escolas. "Meus dois filhos menores também estão em escola municipal. Acredito que precisamos fazer nossa parte e cobrar do poder público investimentos."

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