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Voluntários realizam ações recreativas com crianças do Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba | Rogério Theodorovy
Voluntários realizam ações recreativas com crianças do Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba| Foto: Rogério Theodorovy
  • Veja como o morador da Grande Curitiba avalia a sua participação social e a do governo

Apesar de mobilizações quando acontecem tragédias, como a dos desabrigados pelas enchentes em Santa Catarina, os moradores da Grande Curitiba não se sentem voluntários. "Muitos indivíduos são solidários, atuam no voluntariado, mas não se percebem como praticantes", comenta a professora Ana Lúcia Santana, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar Sobre Terceiro Setor da Universidade Federal do Paraná (NITS). "Estão aí as associações de moradores de bairro, as religiosas, as atividades nos grupos de pais e mestres de escolas. Ao participar dessas atividades, as pessoas não se percebem como voluntárias, mas são."

A pesquisa da Gazeta do Povo revelou na questão "O que não fazemos nunca" que 82% dos entrevistados não fazem trabalhos voluntários. Isso, ao mesmo tempo em que respondem, com a média de 72%, que o trabalho voluntário é uma forma de cada um fazer a sua parte e ajudar aos que precisam. Então eles concordam, mas não fazem? A explicação, segundo a coordenadora do NITS, está justamente nessa dificuldade em se enxergar como voluntário e saber diferenciar o trabalho voluntário do chamado voluntariado. Este último se pratica toda vez que se age em benefício da coletividade, sem contrapartida de benefícios pessoais diretos ou imediatos. Então, em geral, toda ação de responsabilidade social, ambiental, cultural é em si o exercício do voluntariado. " É quando separo o lixo, quando não furo fila, quando não paro o veículo nas yellow box (caixas amarelas, de trânsito) ou quando uso lixinho dentro do carro", esclarece Ana Lúcia. Já o trabalho voluntário exige uma ação coordenada, na qual a pessoa exerce tarefas específicas, em horários pré-determinados, em locais definidos.

Culpa do governo

Outra afirmação da pesquisa aponta que 41% dos entrevistados dizem que "é o Estado o responsável por resolver os problemas da sociedade, e não eu". Seria isso um reflexo da própria gestão pública? "O que vemos é que quanto menor o grau de escolaridade e maior o de dependência dos indivíduos e das famílias de programas sociais estatais, de caráter permanente, e de resultados duvidosos, maior é o sentimento de que o Estado deve cuidar dos problemas ou das questões sociais", diz a coordenadora do NITS. Para ela, o investimento em educação é o melhor instrumento para a construção da cidadania.

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