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Um estudante foi baleado durante tentativa de assalto no campus Cidade Universitária da USP, no Butantã, zona oeste de São Paulo, por volta das 21 horas desta terça-feira (1º).

A vítima, identificada como Alexandre Simão de Oliveira Cardoso, de 28 anos, está no quarto ano do curso de Letras. Sua mulher já está com ele no HU (Hospital Universitário).

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O estudante foi socorrido pela ambulância da USP e passou por cirurgia no HU. Seu estado de saúde é estável.

De acordo com a assessoria da universidade, o crime aconteceu próximo ao prédio da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).

Segundo o professor José Antonio Visintin, chefe de segurança da USP, dois suspeitos do crime foram detidos e reconhecidos.

Questionado sobre possíveis mudanças no policiamento após o crime, Visintin negou. “Eu acho que a polícia já está fazendo o papel dela. Não tem necessidade [de reforçar o policiamento].”

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Para o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho, o caso “comprova que o aumento da presença da PM na USP não resolve o problema da criminalidade”. “Os guardas universitários conhecem a universidade, os pontos mais perigosos, os horários e locais por onde as pessoas mais se deslocam.”

Carvalho opina ainda que seria necessário aumentar o número de guardas universitários de 47 para 180. “Mas não houve mais nenhum avanço nas discussões das entidades universitárias com a reitoria da USP. Só aumento de polícia, mesmo sem a oficialização disso.”

Em maio de 2011, o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24, foi morto com um tiro na cabeça no estacionamento da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), ao lado de seu carro, após reagir a um assalto.

Duas pessoas foram condenadas pelo crime. Irlan Graciano Santiago, que confessou ter atirado, foi sentenciado a 20 anos de prisão. Já Daniel de Paula Celeste Souza, a 14 anos.

Policiamento comunitário

O campus da USP terá um modelo novo de policiamento comunitário, com trabalho conjunto entre a Polícia Militar e a guarda universitária.

Inspirado num programa japonês, o mecanismo prevê uma base física, o Koban, e uma ação mais preventiva e envolvida com a comunidade. Segundo proposta da SSP (Secretaria de Segurança Pública), os policias que atuarem no campus terão até 26 anos, treinamento específico para lidar com a comunidade universitária e serão voluntários - apenas os que se propuseram a trabalhar na universidade serão deslocados para lá.

O coronel Kenji Konishi, 51, diretor da Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da PM, afirma que, quando o modelo novo entrar em vigor, a polícia não irá interferir em manifestações na universidade. Ele disse porém que alunos encontrados com drogas serão abordados - a PM deve ser amiga do aluno, não do infrator, disse ele à reportagem.

De janeiro a julho deste ano, a USP registrou 129 furtos, 33 roubos, dois sequestros, três sequestros relâmpago e um estupro.

Conforme a Folha de S.Paulo publicou em agosto, estudantes da USP relatam levar, como medida de segurança contra crimes no campus, spray de pimenta, canivete e até mesmo tênis - para ficar mais fácil correr dos bandidos.

As estratégias incluem também pagar vigias por escolta, andar em grupo, mudar trajetos e pedir carona aos pais.

Com 3,6 milhões de metros quadrados de área - mais que o dobro do Parque Ibirapuera -, a Cidade Universitária tem atualmente a segurança patrimonial feita por 47 guardas universitários, e a Polícia Militar é livre para circular.

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