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Estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, mostra que a perda do cromossomo Y pode estar relacionada ao Alzheimer | David Naylor/Uppsala University
Estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, mostra que a perda do cromossomo Y pode estar relacionada ao Alzheimer| Foto: David Naylor/Uppsala University

Um a cada cinco homens com mais de 80 anos perde o cromossomo Y das células do sangue, condição que foi agora relacionada com um risco maior de sofrer o Mal de Alzheimer, segundo estudo publicado no American Journal of Human Genetics, nesta segunda-feira (23).

A perda do cromossomo Y é a mutação genética mais comum nos homens. Estudos anteriores mostraram que a condição pode aumentar o risco de câncer e aparece com mais frequência em fumantes.

Agora, os pesquisadores afirmam que a condição pode servir como um biomarcador em relação a uma ampla gama de problemas de saúde.

O estudo foi liderado por Lars Forsberg e Jan Dumanski, da Universidade de Uppsala, na Suécia, e contou com a participação de pesquisadores de Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e Canadá.

Os cientistas examinaram casos de 3.200 homens com em média 73 anos, dos quais cerca de 17% apresentaram a perda do Y nas células sanguíneas. Os pacientes que já tinham sido diagnosticados com Alzheimer haviam perdido esse cromossomo em maior grau.

“Ter perda do Y não implica em 100% de chance de ter câncer ou Mal de Alzheimer”, advertiu Forsberg.

Alguns dos homens com essa condição no estudo viveram sem sintomas de demência pelo menos até os 90 anos.

“Mas, no futuro, a perda de Y nas células do sangue pode se tornar um novo biomarcador para o risco de doenças, (...) e pode ajudar a detectar e tratar os problemas mais cedo”, disse o pesquisador.

De acordo com Chris Lau, professor do departamento de medicina da Universidade da Califórnia, o estudo não esclarece bem por que o risco de Alzheimer pode ser mais alto nestes homens.

“Embora seja informativo, o estudo é de caráter preliminar e destaca apenas o fato de que o cromossomo Y pode desempenhar funções importantes além da determinação do sexo masculino e a produção de espermatozoides”, disse Lau, que não participou da pesquisa.

“A questão-chave é o quê exatamente no cromossomo Y aumenta o risco da doença de Alzheimer”, completou.

Para o cientista, são necessárias mais pesquisas porque o cromossomo Y contém muitos genes – alguns presentes exclusivamente nos homens e outros compartilhados com as mulheres, que não têm o cromossomo Y.

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