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Esta não é a primeira vez que Fernando Henrique Cardoso causa polêmica ao falar de maconha. Em 1985, nas eleições municipais de São Paulo, ele era líder das pesquisas de intenções de voto, mas, dias antes do pleito, cometeu três "erros", entregando a prefeitura de bandeja nas mãos de Jânio Quadros. A população reprovou FHC depois de ele ter sentado na cadeira de prefeito para tirar uma foto antes da eleição, admitir que era ateu e que tinha fumado maconha.

Ontem, Fernando Henrique disse que a descriminalização da posse da maconha é um assunto polêmico, mas ressaltou a importância da discussão em torno do tema."Nosso objetivo é abrir o debate para acabar com o tabu. A posição do governo brasileiro, que eu saiba, não é contrária. Essa história de guerra contra as drogas não resolve. É preciso ter outras ações que levem à redução da demanda", disse.

De acordo com a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, a maconha tem efeitos nocivos ao organismo tanto quanto o tabaco e o álcool. A liberação, segundo a entidade, ajudaria a diminuir o consumo se fosse feito um trabalho semelhante ao de combate ao tabagismo.

"O cigarro começou a ser visto como uma coisa ruim, que cheira mal, que pega mal. Isso é mais eficaz para reduzir a demanda do que a repressão", opina o membro da comissão e diretor executivo da organização não governamental Viva Rio, Rubem César Fernandes. A comissão defende que, em caso de liberação, teriam de ser pensadas formas de produção que não entrassem em choque com a ideia de repressão ao crime organizado. "Poderíamos pensar em produção individual" (plantações caseiras), diz Fernandes.

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