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Sinal de alerta

Confira abaixo alguns sintomas que podem indicar a presença de determinadas doenças:

- Pupila contraída: Indica uveíte que pode ser resultante de toxoplasmose, doenças reumáticas auto-imunes, herpes, tuberculose, lepra ou certos tipos de leucemia.

- Pupila dilatada: Pode estar relacionada a tumores, glaucoma, trauma, doenças do sistema nervoso central.

- Visão dupla: Pode apontar presença de tumor intracraniano, acidentes vasculares centrais, traumas e hiperglicemia.

- Olhos saltados e inchaço: São sinais, principalmente, de distúrbios da tireóide.

- Cegueira momentânea: Indica tumor intracraniano, má circulação no cérebro ou arritmia cardíaca.

- Visão borrada: Pode sinalizar diabetes, sangramento ocular, inflamação, hipertensão arterial.

- Olho seco: A falta de lágrima pode ser causada por disfunções hormonais, menopausa e até Síndrome de Sjogren, uma doença reumática crônica.

Visão embaçada, dores de cabeça ou olhos vermelhos geralmente são sintomas que levam pacientes ao consultório do oftalmologista. Pouca gente sabe, mas esses podem ser os sinais iniciais de diferentes doenças. Patologias diversas, inclusive algumas que não são oculares, podem ter manifestações nos olhos. Hipertensão, disfunções na tireóide, doenças reumáticas, tumores, tuberculose, toxoplasmose e até mesmo a aids são alguns exemplos de doenças que podem ocasionar alteração ocular.

Um exame simples e que deve ser feito periodicamente pode identificar sinais de que há algo errado no organismo, mesmo antes do surgimento dos sintomas. Trata-se do exame do fundo do olho.

De acordo com presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Luiz Carlos Portes, o fundo do olho é o único local do organismo em que se pode ter uma visão direta dos vasos e artérias. "Não há pele na frente. A situação desses vasos reflete as condições de todo o organismo", explica.

Para examinar o fundo do olho, o oftalmologista pode dilatar a pupila e com uma lente observar o nervo óptico, a retina e os vasos. Embora não seja um procedimento preventivo, pode auxiliar no diagnóstico precoce e contribuir para a adoção de medidas com o intuito de controlar a evolução das doenças. "Em muitos casos o paciente pode descobrir uma doença sistêmica [que pode afetar todo o organismo] por meio de um exame desses", conta o oftalmologista do Hospital de Olhos, Otávio Siqueira Bisneto.

Segundo o presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia, Rogério Torres, cada patologia acomete os olhos de uma forma diferente. "Sempre que constatar alguma alteração, o oftalmologista deve encaminhar esse paciente a um especialista", afirma.

Foi o que aconteceu com o advogado Renato Soares Dias, que ao perceber que seu campo de visão estava reduzido, procurou um oftalmologista. Depois de fazer exames, percebeu que a causa não era ocular e encaminhou o paciente a um neurologista. Foi então que se descobriu a existência de um pequeno tumor pressionando o nervo óptico. Renato lembra que em algumas situações não conseguia perceber objetos que estavam no quadrante inferior direito do campo de visão. "Quando eu lia, não conseguia ver o livro todo. Dirigindo, às vezes não percebia um carro e uma vez caminhando na praça vi um rapaz se aproximando, mas quase passei por cima do cachorro pitbull que estava com ele", lembra. Depois de identificada a causa das alterações, Renato passou por uma delicada cirurgia de sete horas para a retirada do tumor. Hoje, dez meses depois, voltou a ter a visão totalmente recuperada.

De acordo com o cardiologista Mário Cérci, do Hospital do Coração, a hipertensão também é uma das doenças que pode ser diagnosticada por meio do exame do fundo do olho. "Quando a pessoa é hipertensa, os vasos ficam mais contraídos. No fundo de olho dessas pessoas podem ser detectadas hemorragias, edemas, estreitamentos ou tortuosidades nos vasos. Tudo isso de uma forma não-invasiva", explica.

Diversas doenças reumáticas, como artrite reumatóide, espondilite anquilosante e lúpus também apresentam alterações nos olhos. De acordo com o médico chefe da especialização de reumatologia do Hospital de Clínicas (HC), Sebastião Radominski, as principais manifestações costumam ser a uveíte (inflamação na parte média do olho que atinge a íris, o corpo ciliar e a coróide) e a esclerite (inflamação na parte branca do olho).

Em muitos casos, a retinite pode ser uma das primeiras indicações da doença. É comum também que os pacientes apresentem olho vermelho em decorrência de infecções prolongadas ou devido à deficiência lacrimal.

Segundo Portes, a falta de determinadas vitaminas, como as do complexo B, também pode levar à vascularização e distrofias no epitélio da córnea. Além disso, doenças hematológicas (do sangue) como leucemia e anemia podem ocasionar hemorragias na retina por conta da dilatação venosa. Pacientes com alterações na tireóide, por sua vez, podem apresentar inchaço e olhos saltados.

Hanseníase e toxoplasmose também apresentam complicações oculares. O agente causador da hanseníase, o Mycobacterium leprae, acomete o olho e tem como principais sintomas a perda de sobrancelhas e de cílios, alterações da pressão ocular, esclerites, conjuntivites e cataratas.

Já o toxoplasma gonddi, causador da toxoplasmose, afeta o olho ao se alojar na retina. É comum que os pacientes apresentem uveíte e tenham como sintomas olhos vermelhos, sensibilidade a luz, embaçamento visual e percepção de pontos pretos flutuantes.

Além de auxiliar no diagnóstico, o exame do fundo do olho pode também revelar a evolução de determinadas doenças, como a diabete, por exemplo. Por meio do acompanhamento do oftalmologista, é possível saber como está funcionando o rim do paciente. Segundo o médico César Boguszewski, chefe do serviço de endocrinologia do HC, a doença compromete também os pequenos vasos da retina, podendo ocasionar edemas, hemorragias e microaneurismas. "A retinopatia diabética é, hoje, uma das principais causas de cegueira", alerta.

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