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As Forças Armadas começaram a deixar o complexo da Maré, zona norte do Rio, para dar lugar à Polícia Militar, na madrugada desta quarta-feira (1º), de acordo com a rádio CBN Rio.

No local será instalada uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A nova unidade, a primeira em 2015, terá como bases principais duas comunidades dominadas por uma milícia. A expectativa é que até junho a Secretaria de Segurança Pública encerre todo o processo de instalação da UPP no local.

Apesar do secretário José Mariano Beltrame negar uma interrupção no projeto, o plano inicial é que a instalação da UPP seja paralisada este ano e retomada apenas em fevereiro de 2016.

“A avaliação que fizemos durante 90 dias demonstra que podemos avançar com solidez. É o fim do início das UPPs. Nós avançamos diminuindo índices históricos de criminalidade”, afirmou Beltrame, durante a posse do novo comandante militar do Leste, o general Fernando Azevedo e Silva, na manhã desta segunda (30).

O secretário lembrou que a segurança pública é um “paciente febril”.

“Difícil de se vencer, vai manter esse estado febril, vai ter pico e uma hora vai diminuir. Mas é uma situação difícil. E ainda há a crise econômica pela qual passa o país, e que sem dúvida nenhuma poderá ter reflexos para a segurança pública levando vocês a ver mais uma vez que ações não ligadas à polícia podem cair no colo da polícia”, disse o secretário.

O Complexo da Maré é considerado ponto estratégico na segurança pública do Rio por estar junto a vias de acesso que ligam o centro da cidade ao aeroporto internacional do Galeão: a avenida Brasil e a Linha Vermelha. A ocupação da comunidade é vista como necessária para evitar problemas nas Olimpíadas de 2016.

A Folha apurou que a UPP da Maré será diferente de unidades instaladas e, outras comunidades. Inicialmente, 200 policiais serão colocados nas bases localizadas nas favelas Roquete Pinto e Praia de Ramos, ambas dominadas por uma milícia.

Desde 5 de abril de 2014, quando o Exército ocupou o conjunto de favelas, não houve nenhum tiroteio ou prisão na região. Todos os confrontos entre militares e traficantes aconteceram em 13 outras favelas do complexo, dominadas pelo Comando Vermelho ou pelo Terceiro Comando Puro.

Após a instalação da UPP nas comunidades com milícias, o plano é criar uma espécie de “cinturão” de segurança em torno da Maré. Usando como base a sede que hoje é do 22º BPM (Maré), a UPP fará um cerco nos acessos da favela, numa tentativa de evitar ações de criminosos como roubo de carros ou tiroteios na Linha Vermelha e na avenida Brasil.

Cerca de mais 300 homens serão usados na ação totalizando cerca de 500 policiais em toda região da Maré. A ideia é que a polícia faça apenas operações pontuais na comunidade. Assim tentará reduzir o número de confrontos entre traficantes e PMs e, consequentemente, o de vítimas.

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