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Google tem testado o seu protótipo em cidades da Califórnia, Arizona, Texas e também em Washington. | Google/Divulgação
Google tem testado o seu protótipo em cidades da Califórnia, Arizona, Texas e também em Washington.| Foto: Google/Divulgação

Um conjunto de pesquisadores que conduz o site Planetizen, publicação que é fruto de estudos sobre planejamento e construção dos ambientes urbanos do futuro, estão fazendo uma série sobre o que já existe e o que pode vir a existir em relação a veículos autônomos. No último dia 13 de setembro, dentro desse trabalho, eles publicaram um manifesto para que as pesquisas e os testes em andamento sobre veículos autônomos – segundo o site Tecmundo, pelo menos 40 empresas com projetos nesse sentido no mundo – não deixem de considerar os outros modais de trânsito, principalmente os ciclistas, que compartilham das vias com os veículos.

O manifesto veio depois de o Google declarar que seus veículos autônomos terão visão 360º, o que permitirá que eles identifiquem ciclistas e sinalizações ao longo da via. Tal informação consta do relatório do último mês de junho do Self-Driving Car Project da multinacional. No mesmo mês, a Associação Nacional de Autoridades de Transporte Urbano (Nacto, na sigla em inglês) dos Estados divulgou um relatório que coloca a segurança viária como prioridade nas regulamentações em elaboração no país sobre veículos autônomos.

Somado a esses documentos, a segurança se tornou um ponto central nessas pesquisas no último mês de julho, quando um homem morreu na Flórida após seu veículo Tesla Model S, em modo “piloto automático”, não ter conseguido reagir a um caminhão que cortou a sua frente.

E esse tipo de cobrança das empresas envolvidas nas pesquisas com carros autônomos é mesmo urgente, já que muitas delas estão testando seus projetos no dia a dia das cidades norte-americanas sem que exista um tipo de regulamentação para isso. Enquanto o Google testa o seu protótipo em cidades da Califórnia, Arizona, Texas e também em Washington, o Uber usa as ruas da cidade de Pittsburgh para testar “o primeiro serviço on demand que dispensa motoristas”.

Recentemente, foi cogitado que Seattle ganhe o primeiro trecho de autoestrada exclusivo para carros autônomos como forma de não só colaborar com os testes em andamento, mas fazer isso de maneira mais segura e controlada.

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O manifesto

No artigo do Planetizen escrito por William Riggs, professor do departamento de planejamento urbano da Universidade Politécnica da Califórnia, e Michael R. Boswell, chefe do departamento de planejamento urbano e regional na mesma instituição, foram elencados 13 pontos-chave para orientar as pesquisas com carros autônomos quanto aos outros modais e também a fatores de segurança. Além de elencar esses pontos-chave, os professores prometeram trabalhar em colaboração com entidades como a Liga Americana de Ciclismo para que eles sejam efetivamente respeitados por empresas e autoridades de trânsito país afora. Conheça os pontos:

1. Veículos autônomos devem ser capazes de detectar ciclistas e detectar e entender toda a sinalização relativa a bicicletas.

2. Veículos autônomos devem ser capazes de detectar e entender os sinais manuais dos ciclistas.

3. Veículos autônomos devem ser capazes de dar preferência a ciclistas.

4. Veículos autônomos devem ser capazes de comunicar que perceberam e entenderam a presença de ciclistas.

5. Veículos autônomos devem ser capazes de manter distância segura dos ciclistas quando não puder ultrapassa-los.

6. Veículos autônomos devem ser capazes de cumprir a regra dos 3 segundos, particularmente quando em alta velocidade. Observação: a regra dos três segundos serve para verificar se o motorista está mantendo uma distância segura do veículo na sua frente. Para isso, deve escolher um objeto fixo à frente, como uma árvore. Quando o veículo na sua frente passar o objeto, o motorista deve contar até 3. Se o motorista passar pelo mesmo objeto fixo antes de chegar no 3 é porque ele está muito próximo do veículo à sua frente.

7. Veículos autônomos devem manter uma ampla margem de segurança antes de tomar decisões quanto a conversões, ultrapassagens, dar preferência ou qualquer outra outra decisão envolvendo ciclistas.

8. Veículos autônomos devem ser capazes de detectar a aproximação de ciclistas para evitar o “dooring” (quando alguém abre a porta sem o cuidado necessário, invade o trajeto do ciclista e acaba causando um acidente).

9. Veículos autônomos também precisam ser projetados (tamanho, formato, peso e materiais) de forma a minimizar as consequências em caso de acidentes com ciclistas.

10. Veículos autônomos devem transitar em velocidade apropriada para ambiente urbanos (não mais de 30 km/h para regiões centrais e não mais de 60 km/h para vias arteriais).

11.Veículos autônomos devem evitar o uso de vias desenhadas como preferenciais para bicicletas (ciclofaixas etc) ou mesmo aquelas que são muito usadas por ciclistas.

12. Companhias com planos para veículos autônomos compartilhados devem assegurar os equipamentos adequados necessários para que os usuários possam transportar suas bicicletas neles.

13. Empresas de veículos autônomos devem registrar e abrir todos os dados referentes a acidentes.

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