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 | Mark Evans/I Like Big Bytes
| Foto: Mark Evans/I Like Big Bytes

A cidade de Londres é como uma supernova. É como se uma estrela explodisse todo final de tarde na capital da Inglaterra, quando quase 600 mil pessoas entram em seus carros, trens e metrôs e voltam para casa. Sobram pouco mais de oito mil na capital. As cidades nem sempre são assim tão vizinhas. Peterborough e Bornemouth ficam, respectivamente, a 130 e 170 quilômetros de distância. A comparação é do geógrafo Alasdair Rae, que transformou os dados do Censo inglês de 2011 em um mapa animado. A imagem ilustra a noção de explosão estelar:

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O fenômeno de Londres é parecido com o que ocorre em São Paulo, no Rio de Janeiro e em praticamente todas as metrópoles brasileiras, explica a geógrafa Rosa Moura, pesquisadora do Observatório das Metrópoles. “No tipo de cidade que temos hoje, a moradia é muito ligada ao poder aquisitivo. As melhores áreas são as mais centrais, e há uma dissociação entre moradia, trabalho e consumo”.

A mobilidade é um grande problema, em especial para as famílias de menor renda. Em Londres, em geral quem mora longe têm menos dinheiro e gasta mais com transporte. Embora a cidade possua políticas de subsídio para baixa renda, é insuficiente, analisa Moura.

Mesmo a criação de pequenos “centrinhos” de bairro, como ocorre em São Paulo, não é suficiente. Dificilmente os membros de uma família vão conseguir trabalhar, estudar e ter atividades de lazer no mesmo bairro que moram, por exemplo. O deslocamento é inevitável.

Já as cidades dos Estados Unidos seguem modelo oposto. Desde o início, os subúrbios foram voltados aos “colarinhos brancos”, explica a geógrafa. Ou seja: as regiões centrais, mais degradadas, para os de menor renda. E os bairros afastados para classes médias e altas.

Estados Unidos

Autor do blog I Like Big Bytes (“Eu gosto de super dados”, em uma tradução literal), Mark Evans fez algo parecido com os movimentos pendulares dos Estados Unidos. Ele compilou todos os dados do Censo nacional, o American Community Survey (ACS), em um mapa interativo.

No mapa de Washington é possível ver uma concentração de pessoas durante o dia de trabalho. Ao final do dia, há uma explosão no sentido contrário. Mais de 48 mil pessoas viajam entre 32 e 160 quilômetros, diariamente, para ir à capital dos Estados Unidos.

No costa Leste do país, Nova York recebe mais de 86 mil pessoas, todos os dias. O mapa de Evans evidencia que muitos percorrem longas distâncias, chegando próximos à fronteira com o Canadá, ao Norte. Deste número, mais de 4,5 mil viajam pelo menos 100 quilômetros todos os dias. Pelo menos 66 pessoas fazem uma viagem equivalente a ir de Curitiba para São Paulo todos os dias, com mais de 420 quilômetros rodados.

Neste link é possível acessar o mapa elaborado por Evans, que abrange todo o território dos Estados Unidos. É possível selecionar cidade, estado e distância percorrida (entre 12 e 300 milhas). Também é possível marcar a cidade selecionada como local de trabalho ou de moradia, invertendo o movimento.

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