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Ideia vencedora da capital paulista é investir numa plataforma que conecte pequenos produtores de alimentos da periferia com o mercado consumidor da Grande São Paulo. | Henry Milleo/Arquivo/Gazeta do Povo
Ideia vencedora da capital paulista é investir numa plataforma que conecte pequenos produtores de alimentos da periferia com o mercado consumidor da Grande São Paulo.| Foto: Henry Milleo/Arquivo/Gazeta do Povo

O braço filantrópico da gigante de mídia Bloomberg anunciou São Paulo como a grande vencedora da competição entre cidades Mayors Challenge 2016. O resultado do concurso, que já está em sua terceira edição e passa pela primeira vez pelas Américas, foi divulgado na quarta-feira (30). A capital paulista terá US$ 5 milhões à disposição para tocar um projeto com foco na agricultura familiar da região, além da orientação de especialistas que já conduziram intervenções importantes em outras cidades do mundo. Entre 2013 e 2014, cinco cidades dos Estados Unidos e outras cinco europeias ganharam a orientação e os recursos financeiros do Mayors Challenge para implementar suas ideias.

Além de São Paulo, Bogotá e Medellín (Colômbia), Guadalajara (México) e Santiago (Chile) também foram selecionadas e receberam o apoio especializado da Bloomberg para tocar seus projetos. Ao todo, além de São Paulo, o Brasil tinha quatro cidades entre as 20 finalistas: Rio Janeiro, Curitiba, Corumbá e Barueri.

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Para barrar a expansão urbana

A capital paulista concorreu com o projeto “Ligue os pontos”, uma plataforma digital que pretende conectar pequenos produtores locais, distribuidores e consumidores. A ação tem o objetivo de facilitar e ampliar a distribuição do alimento produzido pela agricultura familiar da Grande São Paulo a consumidores da região. “O projeto apresentado por São Paulo busca multiplicar por três vezes a renda de famílias em situação de grande vulnerabilidade social, inserindo-os na cadeia produtiva agrícola de uma metrópole com 22 milhões de habitantes. Este projeto é uma simples plataforma de encontro entre produtores e consumidores e oferece ao poder público municipal uma preciosa ferramenta de articulação de ações setoriais para formular políticas públicas integradas. Em nome da população do distrito de Parelheiros, incrustrada no coração da Mata Atlântica na Serra do Mar, e de toda a população de São Paulo, agradeço a oportunidade”, disse o prefeito, Fernando Haddad (PT), ao serviço de comunicação social da capital paulista. A implantação do projeto, a partir de 2017, deve ficar a cargo do novo prefeito eleito, João Dória (PSDB).

Como consequência desse projeto, São Paulo espera promover o desenvolvimento da periferia, valorizando as terras desse entorno de modo a evitar a saída de famílias dessas áreas e colaborando para a conservação de mananciais e recursos naturais da região.

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Experiências anteriores

Um relatório divulgado recentemente sobre os projetos já executados nas cidades norte-americanas e europeias pelo Mayors Challenge mostra que as ideias implementadas pelo desafio têm focos variados: da saúde pública, passando pela educação infantil e gestão resíduos, até soluções em tecnologia da informação. Também não há regra em relação a população ou ao local impactado. Algumas ideias buscam algo que possa beneficiar todo um conjunto de habitantes, outras focam em bairros ou regiões específicas das cidades.

Seleção

Cada cidade teve um período para pensar num projeto específico e se inscrever no Mayors Challenge 2016. Ao todo, 290 cidades das Américas se inscreveram na competição deste ano. No caso de Curitiba, o foco da proposta foi mobilidade com acessibilidade. A ideia da capital paranaense era usar o know-how dos especialistas da Bloomberg – entre eles está a ex-comissinária de transporte de Nova York, Janette Sadik-Khan, já entrevistada pela Gazeta do Povo – e os recursos que vierem do desafio para investir num modelo de transporte orientado para inclusão de pessoas com necessidades especiais. Para isso, Curitiba propôs desenvolver uma plataforma gerenciada e georreferenciada para obter dados em tempo real com o objetivo de criar rotas eficientes para pessoas com deficiência na cidade. “Os líderes da cidade também entrevistarão e acompanharão as pessoas com deficiência enquanto elas se locomovem pela cidade para entender suas experiências e utilizar essa informação para orientar outras intervenções em políticas de trânsito”, descreveu Curitiba na sua inscrição.Segundo os dados repassados por Curitiba à Bloomberg Philanthropies, a capital paranaense tem mais de 350 mil pessoas com deficiência e um sistema de transporte que atende cerca de 60% do total de 1,8 milhão de habitantes da cidade, incluindo aqueles com alguma deficiência.

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