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O protesto contra o aumento das passagens em São Paulo se dividiu e fechou vias importantes da cidade | Marcelo Camargo / Agência Brasil
O protesto contra o aumento das passagens em São Paulo se dividiu e fechou vias importantes da cidade| Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Alckmin proíbe o uso de balas de borracha

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (17) que está proibido o uso de balas de borracha pela polícia em manifestações públicas no Estado de São Paulo. A medida ocorre após manifestantes e jornalistas ficarem feridos durante as manifestações ocorridas na última semana na capital paulista.

Durante evento em Campinas, Alckmin elogiou as negociações entre os manifestantes do Movimento Passe Livre e os representantes da secretaria de Segurança Pública na reunião ocorrida na manhã desta segunda. "Na conversa foi definido todo o procedimento para a passeata desta segunda e o retorno que eu tive da reunião foi muito positivo", disse o governador. Segundo ele, o trajeto da manifestação será definido e apresentado ao governo antes da caminhada e os oficiais da polícia irão acompanhar somente portando radiocomunicadores", disse.

Sobre o anúncio de outras manifestações em cidades paulistas como Campinas, esta semana, o governador voltou a afirmar que os protestos "fortalecem a democracia" desde que não seja prejudicada a integridade física da população e que não haja depredação de bens públicos e privados.

Comércio fechou as portas à tarde

Durante a tarde, o clima foi de final de expediente na região do cruzamento das avenidas Faria Lima com Rebouças, em São Paulo. Dezenas de pessoas caminhavam apressadas a caminho de casa. Boa parte do comércio fechou as portas.

"Não adianta ficar aberto porque não vai ter clientela", disse o proprietário de uma banca de jornais na esquina das duas avenidas. "Vou perder umas quatro horas de venda." Em um dia comum, ele fecharia em torno de 20 horas.

A proprietária de uma banca de salgados Faria Lima também fechou as portas mais cedo. "Estou indignada por ter de fechar mais cedo. Quem vai pagar as minhas contas amanhã?", disse Regiane Vieira Alves. "Se uma pedra atinge a minha geladeira o que eu vou fazer? Estou revoltada". Ela dispensou sua funcionária mais cedo.

O publicitário João Biancardi, que trabalha na avenida Faria Lima, também dispensou sua equipe mais cedo e saiu junto com os funcionários. "Queremos evitar que as pessoas peguem trânsito. Além disso, quem quiser participar da manifestação terá a oportunidade".

Para Anthony Martins de Lima, 35, que trabalha com restaurantes na região, manifestação é "coisa de jovem". Ele estava indo para a casa quando conversou com a reportagem. "Só quero chegar em casa logo".

Stanislaw Lukin, 35, que trabalha em uma cafeteria na região, manterá as portas abertas. "Qualquer coisa eu fecho correndo", disse. "Sou a favor da manifestação. O povo está abrindo os olhos".

  • No caminho, os manifestantes chamaram a população para participar do protesto e soltaram diversos gritos de ordem contra o aumento das passagens
  • Após a concentração no largo da Batata, o movimento decidiu dividir a passeata em grupos

A manifestação começou de forma pacífica em São Paulo nesta segunda-feira (17), mas no fim da noite os manifestantes tentaram invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo. O protesto deixou ilhados inúmeros funcionários que trabalham no palácio.

Segundo a comunicação do governo, manifestantes jogaram bombas dentro do palácio e quebraram um dos portões na tentativa de invadir o local. Eles foram impedidos pela Polícia Militar, que faz a guarda do Palácio. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se manifestou.

A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e tiros, o que fez com que o grupo recuasse e não chegasse a invadir o prédio, de onde o governador Geraldo Alckmin e secretários acompanham o protesto desde a tarde.

"Não dá para segurar. O povo está revoltado", disse Caio Martins, membro do Movimento Passe Livre. Ainda na frente do prédio, grupos de manifestantes se dividem entre pedidos de paz e cantos do hino nacional.

Desde a chegada ao local, muitos manifestantes chutavam os portões e lançavam pedras em direção aos policiais, que ficaram do lado de dentro do palácio. Outros manifestantes, no entanto, tentavam acalmar as pessoas mais exaltadas.

O protesto contra o aumento das passagens em São Paulo se dividiu e fechou vias importantes da cidade. Às 20 horas, a ponte Octavio Frias de Oliveira, na marginal Pinheiros, e a avenida Paulista, na região central, estavam bloqueadas em ambos os sentidos. Os manifestantes dizem que não há um destino definido.

Durante a passagem pela ponte, a maioria dos manifestantes começou a pular, o que fez a estrutura tremer. No caminho, os manifestantes chamaram a população para participar do protesto e soltaram diversos gritos de ordem contra o aumento das passagens.

Na capital paulista, a Polícia Militar aponta cerca de 30 mil pessoas no protesto que se concentrou no largo da Batata, na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O Datafolha, no entanto, aponta que o número é de ao menos 65 mil pessoas.Após a concentração no largo da Batata, o movimento decidiu dividir a passeata em três grupos.

As últimas manifestações do grupo foram marcadas por confrontos com a Polícia Militar. O último caso ocorreu na quinta-feira passada, quando houve confusão na rua da Consolação, na região central. Segundo organizadores, ao menos cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas. Dentre jornalistas, houve 15 feridos.

Nesta segunda o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a Polícia Militar não usará balas de borracha contra os manifestantes. "Nós acreditamos em uma manifestação pacífica e organizada, em que a polícia vai apenas ordenar para que ela aconteça", disse ontem o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.

Concentração

O grupo de manifestantes se concentrou no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, na tarde desta segunda-feira. Militantes do Movimento Passe Livre decidiram dividir a passeata em grupos. Uma parte seguiu pela avenida Rebouças sentido marginal Pinheiros, e outra pela avenida Faria Lima. Cerca de 30 mil pessoas, segundo estimativa da PM, se concentraram no largo da Batata.

Inicialmente, um grupo liderado pelo partido PSTU disse que seguiria em direção à avenida Paulista, mas desistiu do trajeto. A Polícia Militar afirmou que não havia problemas na divisão e que os manifestantes poderiam ir por onde quiserem, inclusive fechar vias.

O grupo se dividiu em três blocos, seguindo um para a marginal Pinheiros, sentido Brooklin, pela av. Faria Lima e outra em direção a av. Paulista.

Ao contrário do que ocorreu na última manifestação, na quinta-feira, quando a presença da PM foi ostensiva, nesta segunda quase não se notava a presença de policiais. Mais cedo, os organizadores do Movimento Passe Livre e a polícia negociaram o trajeto a ser seguido pela passeata.

As últimas manifestações do grupo foram marcadas por confrontos com a Polícia Militar. O último caso ocorreu na última quinta-feira, quando houve confusão na rua da Consolação, na região central. Segundo organizadores, ao menos cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas; 15 jornalistas ficaram feridos.

A manifestação reúne diversos setores da sociedade e entidades, da própria capital paulista e de diversas regiões do Estado. O ato desta segunda-feira, o quinto desde o dia 6, conta com a participação do Sindicato dos Químicos de Campinas, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, professores da Universidade de São Paulo, pais de manifestantes presos nos outros protestos, bancários da região, atores e estilistas, como Alexandre Herchcovitch. "Protestar está na moda", brincou.

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