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Em quase 127 anos de República, o Brasil, com a posse de Michel Temer, entra para o 13.º governo “tampão” ou provisório. Dos 36 governantes que assumiram o país, aproximadamente 35% não terminaram o mandato seja por renúncia, doença, morte, golpes ou impeachments. Os dados indicam que a instabilidade e o improviso político ainda prevalecem no país mais importante da América do Sul.

Neste período, apenas 12 políticos foram eleitos pelo povo de forma direta para o cargo de presidente, foram empossados e conseguiram concluir o mandato (incluindo o primeiro mandato de Dilma Rousseff). Outros seis que venceram nas urnas não governaram até o fim.

Confira a lista de presidentes que tiveram o mandato interrompido

Dilma foi a mais nova política a entrar nesta lista. O afastamento por até 180 dias aprovado nesta semana deu brecha para o Brasil ganhar um novo mandatário “tampão” que, caso Dilma não consiga voltar ao cargo, deve comandar o país até 2018. Para ilustrar a situação, só de vices, o Brasil computa oito nomes que assumiram as rédeas do país, contando com o Temer. Quatro outros vices assumiram após a morte do presidente, dois por renúncia e dois por processos de impeachment.

Início instável

A própria história republicana do Brasil começou de forma instável. O primeiro presidente do país, Marechal Deodoro da Fonseca, que foi eleito indiretamente, renunciou ao cargo em 1891 abrindo espaço para o vice, Marechal Floriano Peixoto, assumir o posto. A renúncia ocorreu em meio a uma crise política e econômica, e com pressão da Marinha, que deflagrava a Revolta da Armada. Deodoro tentou evitar, de forma frustrada, uma guerra civil no país.

Desde então, a nação brasileira coleciona uma série de crises que dificultam a realização de políticas públicas e ainda demonstram a fragilidade da democracia nacional. Depois de Deodoro, doenças afastaram do poder Affonso Pena e Café Filho; Jânio Quadros renunciou; a chamada Revolução de 1930 depôs Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes. Denúncias contra Fernando Collor resultaram em processo de impedimento.

Para dimensionar o tamanho da instabilidade política, basta rememorar os acontecimentos políticas da década de 50. O Brasil chegou a ter Carlos Luz como presidente interino do Brasil por apenas três dias em 1955. Ele assumiu o cargo no lugar de Café Filho, que por sua vez, presidiu o país após Getúlio Vargas se suicidar – caso não se suicidasse havia grandes chances de ser deposto.

Mas Café ficou doente e sem condições de governar deixou o país sob comando de Luz que também adoeceu e teve que passar o bastão para Nereu Ramos comandar o país por quase três meses até novas eleições resultarem na posse de Juscelino Kubitschek.

Antes disso, Vargas que tinha participado da Revolução de 1930 e dado o golpe político, foi deposto em 1945 e deu lugar para o efêmero governo de José Linhares. Vale lembrar que Vargas voltou à presidência por voto direto em 1951. Até mesmo na ditadura militar houve governos provisórios ou tampões: Costa e Silva adoeceu e foi substituído por uma Junta Militar no ano de 1969.

Junta Governativa

Após a deposição de Washington Luís e com Júlio Prestes sendo impedido de assumir o cargo durante a Revolução de 30, uma Junta Governativa Provisória de 1930, formada por Menna Barreta, Almirante Isaías de Noronha e General Augusto Fragoso comandou o país de 24 de outubro de 1930 a 03 de novembro de 1930. Depois disso, Getúlio Vargas assumiu o cargo.

Situação inusitada

O presidente João Goulart viveu uma situação política inusitada. Com a renúncia de Jânio Quadros em 1961, Jango – como era conhecido – assumiu o posto quase como um “tampão”, já que era o vice-presidente. Mas em 1964, um golpe militar o tirou do poder. Ranieri Mazzili, que era o presidente da Câmara dos Deputados, tornou-se presidente por 13 dias até o Marechal Castello Branco dar início a mais um período ditatorial no Brasil.

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