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As primeiras ocupações na região Centro-Sul do Paraná aconteceram em meados da década de 90, na esteira de mobilizações organizadas pelo MST em todo país. O “Massacre de Eldorado dos Carajás”, quando 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados no Pará, ocorreu nesta época, em abril de 1996. No Paraná, por causa das ocupações de 1996, o Incra conseguiu a desapropriação de duas áreas da Araupel, em um total de 24 mil hectares, formando os assentamentos Ireno Alves e Marcos Freire, entre 1997 e 1998. As áreas foram consideradas improdutivas e 1,5 mil famílias foram assentadas.

Mas foi em 1999 que começava a surgir o que depois se tornaria um dos maiores assentamentos do país, o de Celso Furtado, instalado em uma área de 23 mil hectares, onde cerca de 40% é área de preservação. Naquele ano, cerca de 900 famílias se instalaram numa área de aproximadamente de 700 hectares de terras da Araupel. Mas, por serem terras produtivas, o Incra não pôde desapropriar e o órgão começou a negociar com a empresa a possibilidade de compra do local.

O auge do impasse ocorreu em 2003, quando a Justiça Estadual determinou a intervenção do governo federal no Paraná, pelo não cumprimento da reintegração. Depois disso, as negociações de compra não vingaram, com a dúvida sobre o título de origem das terras. Em 2004, alegando que a área pertence à União, o Incra entrou com uma ação de nulidade do título da Araupel e já naquele ano o órgão obteve um título provisório do local. Na sentença, a Justiça Federal de Cascavel acata os argumentos do Incra, mas a empresa acredita que conseguirá reverter a decisão em outra instância.

Em novembro de 2015, quase mil pessoas, sendo muitos funcionários da Araupel, viajaram de Quedas do Iguaçu para Curitiba, para protestar em frente ao Palácio Iguaçu contra o MST. Em resposta, o movimento sem-terra realizou uma manifestação em frente da empresa. Em dezembro, uma nova decisão judicial apontou que outras áreas usadas pela empresa pertecem à União. Em março, um viveiro da Araupel foi invadido por mulheres sem-terra e mudas foram destruídas.

Caso Syngenta

Outro caso muito emblemático de morte em conflito agrário aconteceu na região Oeste. Foi o chamado caso Syngenta, em 2007. Numa madrugada de domingo, cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiram a fazenda da empresa. Houve tiroteio entre seguranças e sem-terra e duas pessoas morreram - o segurança Fábio Ferreira de Souza e o líder sem-terra Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Kenun.

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