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João José Bigarella em foto de 2014 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
João José Bigarella em foto de 2014| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O paranaense João José Bigarella, um dos mais importantes geólogos brasileiros, morreu nesta quinta-feira (5) em Curitiba. Ele tinha 92 anos. O corpo de Bigarella está sendo velado na Capela Municipal São Francisco de Paula, e o enterro está previsto para as 17 horas desta sexta (6), também no Cemitério Municipal.

Professor da UFPR por mais de 30 anos, o curitibano teve o nome cravado com um dos papas do ambientalismo no país. Dentre suas lutas mais importantes na área, como ele próprio chegou a apontar, destaca-se a luta pela erradicação da Estrada do Colono – polêmico projeto de dividir o Parque Nacional do Iguaçu em duas partes. Foram nada menos do que 67 anos de engajamento pela erradicação da Estrada, que pode colocar em risco o título de Patrimônio Natural da Humanidade que o espaço leva.

Entre 1986 e 1988, Bigarella publicou na Gazeta do Povo e em outros jornais as centenas de razões para não permitir nenhuma variante da Estrada do Colono – nem trilha, nem atalho, nem rodovia asfaltada. Em entrevista no ano passado ao jornalista José Carlos Fernandes, o geólogo cravou, mais do que convencido, que a estrada seria o fim do parque.

“A gente tem essa perspectiva das pesquisas dele na geologia e na geomorfologia, mas outro legado fundamental para toda a população certamente é esse amor, essa paixão que tinha pela natureza”, descreveu Eduardo Salamuni, professor e chefe de departamento do curso de Geologia da UFPR.

Salamuni destaca ainda a importância dos trabalhos de Bigarella para preservar a Mata Atlântica no Paraná. “Ele foi o principal responsável pela preservação da Serra do Mar e com isso pela preservação das baías de Paranaguá e Antonina”, completa o professor.

Museu em Vila Velha

Bigarela foi também um dos principais parceiros do projeto que deu vida ao Museu de Geologia e Paleontologia instalado no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. Com investimentos na casa dos R$ 4 milhões, o espaço nunca foi aberto ao público. Em outra entrevista concedida a José Carlos Fernandes, desta vez em 2011, o geólogo disse que o museu era “o canto do cisne da vida dele”.

Com acervo cedido pela Fundação João José Bigarella (Funabi), o objetivo do museu seria mostrar a grupos escolares e visitantes de Vila Velha detalhes sobre a evolução do planeta e a formação geológica da região, além de apresentar registros paleontológicos dos Campos Gerais, a biodiversidade da área e sinalizar as trilhas do parque.

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