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Caçambas com detritos: preço do serviço de coleta e destinação de resíduos para a população deverá subir já nas próximas semanas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Caçambas com detritos: preço do serviço de coleta e destinação de resíduos para a população deverá subir já nas próximas semanas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Caçamba fica mais cara

Com o fechamento para os grandes geradores do aterro sanitário da Caximba, no próximo dia 15, os operadores de caçamba de recolhimento de entulhos estão prevendo aumento no valor do serviço. O presidente da Associação dos Transportadores de Resíduos da Construção Civil de Curitiba e Região Metropolitana, Adilson Orlando Penteado, afirma que, como terá de pagar mais caro pela destinação final dos rejeitos, o aumento poderá ser repassado ao cliente.

Hoje, o setor paga R$ 23,37 por tonelada de rejeito enviado à Caximba. Com a proibição do envio, o lixo terá que ser encaminhado para empresa privada que cobraria cerca de R$ 140 pelo processamento. "É impossível manter o mesmo preço", afirma Penteado. O serviço de caçamba, que custa hoje R$ 90, pode subir para R$ 150.

Uma solução para evitar o aumento, segundo Penteado, é a colaboração da população. Se as pessoas pararem de jogar nas caçambas materiais que não podem ser reaproveitados (lâmpadas, animais mortos, carpete, etc.), a quantidade de rejeitos irá diminuir e se pagará menos à empresa. "Temos que conscientizar os grandes geradores e a dona de casa para que não coloquem nada que não seja resíduo da construção civil." (BMW)

Os estabelecimentos de Curitiba que geram mais de 600 litros de lixo por semana têm até o dia 15 para dar uma nova destinação a seus dejetos. A partir dessa data, os grandes geradores, como são chamados, não poderão mais enviar resíduos ao aterro sanitário da Caximba. Como não há outro aterro para lixo na região, eles terão de separar o material e enviar ou para reciclagem ou para compostagem (transformação do lixo em adubo e outros produtos). A maioria dos grandes geradores, porém, alega falta de opções e que as empresas que trabalham com compostagem de lixo orgânico na grande Curitiba não têm capacidade para atender a demanda.

Na outra ponta, a prefeitura diz que é responsabilidade dos geradores acharem soluções. "Desde o ano passado, nós e o Ministério Público notificamos os grandes geradores para que buscassem solução. Fomos dando prazo para eles acharem destinação e agora o prazo máximo está acabando. Não vamos mais receber lixo desse pessoal", afirma o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto.

O fim do uso do aterro pelos grandes geradores pode aumentar em 60 dias a vida útil do aterro, que está no limite e terá que deixar de ser usado neste ano. A prefeitura precisa encontrar um novo local para depositar o lixo, mas ainda não tem uma solução para o problema. Agora, tem de ampliar o quanto puder a vida útil da Caximba para que não haja um intervalo entre a desativação do aterro e a entrada em funcionamento do novo local. Por dia, a Caximba recebe 2,4 mil toneladas de lixo. Destas, 400 toneladas são enviadas pelos grandes geradores.

Mudanças

O principal setor que terá de evitar a Caximba é o de supermercados. O superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, estima que, entre os 800 associados de Curitiba e região metropolitana, 250 lojas teriam que se adequar. Ele afirma que, a duas semanas de o prazo ser esgotado, não há uma solução em vista. "Vai chegar dia 15 e os grandes geradores não vão ter solução", afirma. "Por enquanto, a solução é continuar na Caximba."

Supermercados, shoppings e grandes hotéis se reuniram para estudar ações conjuntas. Eles dizem que consultaram 18 empresas que poderiam processar o lixo, mas afirmam não ter encontrado nenhuma com capacidade instalada. "As empresas não conseguiram se instalar e estar com seu parque pronto para atender grandes geradores", diz Rovaris. A empresa que teria a capacidade e a tecnologia para o processamento dos resíduos orgânicos não obteve ainda licença operacional, segundo o superintendente: "O setor está em busca da solução. Se surgir licença ambiental, se supriria a necessidade. Mas não somos nós que viabilizamos isso".

No próximo dia 8, as entidades irão se reunir num seminário para tratar essa questão. Quem não cumprir a determinação, prevista em lei, está sujeito a multa, que varia de valor conforme a gravidade, e a responder por crime ambiental.

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