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sustentabilidade

Indústrias avançam na logística reversa

Projeto de Curitiba busca solucionar problemas da cadeia de poliuretano, espuma usada em colchões, refrigeradores, patins e assentos

Um dos usos do poliuretano é para o isolamento térmico de telhas, como feita pela Poliumetka, de Curitiba. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Um dos usos do poliuretano é para o isolamento térmico de telhas, como feita pela Poliumetka, de Curitiba. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Pelo menos 20 ramos industriais que atuam no Paraná já atenderam ao chamado da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e deram os primeiros passos para a implantação dos planos de logística reversa, que consiste na coleta e retorno de resíduos para que os fabricantes os reciclem, reutilizem ou façam a disposição correta. Os setores de bebidas e da construção civil, por exemplo, estão organizando comitês gestores com representantes do atacado, varejo e transportes, para discutir a responsabilidade compartilhada de cada um.

Uma atividade ainda sem acordo setorial é a que usa o poliuretano como matéria-prima. Para preencher essa lacuna, a Purcom Química apresentou na quarta-feira (22) em Curitiba uma proposta que busca dar um fim mais nobre ao material – uma espuma que pode ser densa ou macia e é usada em travesseiros, colchões, cadeiras, patins, refrigeradores e peças automotivas, entre outras peças. Segundo a empresa, este é o primeiro plano de logística reversa para o setor no Brasil.

Com sede em São Paulo, a empresa fornece o poliuretano a dezenas de empresas no Paraná, que atuam em 170 municípios e descartam 23 mil toneladas de poliuretano a cada ano. O plano prevê a coleta e a reutilização do material. “As associações começaram a se movimentar, mas ainda não houve nada efetivo. Como temos conhecimento das tecnologias existentes lá fora e temos no DNA da empresa a questão ambiental, formatamos um plano”, diz o diretor de meio ambiente da Purcom, Giuseppe Santanché.

O coordenador de resíduos sólidos da Sema, Vinicio Bruni, ressalta que o governo só pode assinar acordos com representantes setoriais, como sindicatos. “A empresa foi proativa e nos consultou. Orientamos como formatar o plano, mas já estava muito bom. Estamos abertos ao diálogo com qualquer empresa e setor”, diz. Segundo ele, a proposta de reutilização do poliuretano é muito positiva, pois elimina materiais que ocupam bastante espaço nos aterros e lixões.

Custo

Santanché explica que o objetivo da apresentação em Curitiba é mobilizar os demais atores que atuam no ramo. “Em um primeiro momento precisa haver investimento. Mas, se formos considerarmos toda a cadeia envolvida, o custo será muito baixo. E, conciliando os interesses de quem coleta e de quem dispõe do resíduo, logo a conta estará fechada”, afirma.

“Vai haver um custo, mas não há resistência. A indústria já absorveu bem a ideia da logística reversa”, afirma a analista do Senai Franciele Tomczyk Teran de Freitas. O Senai presta consultoria de planos de logística reversa aos sindicatos e à Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Nove planos já foram finalizados e outros dois estão em andamento. Segundo Franciele, os estudos contemplam todos os municípios do Paraná. “É preciso trabalhar a regionalização para viabilizar o transporte e a logística dos produtos pós-consumo, ou a logística reversa fica inviável economicamente.”

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