Uma nova linha de medicamentos destinados ao combate do colesterol alto deve chegar ao mercado brasileiros nos próximos anos. Liberado recentemente por autoridades nos Estados Unidos e na Europa, o tratamento consiste em uma injeção com um tipo de anticorpo monoclonal que inibe a enzima PCSK9. Essa enzima dificulta o trabalho dos receptores responsáveis por retirar o colesterol ruim (LDL) de circulação.
Mal moderno
De acordo com dados da OMS, 17 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo devido a problemas cardíacos. O colesterol é um tipo de gordura que desempenha funções importantes no organismo, como a produção de hormônios. Mas o colesterol também é perigoso. Em níveis altos, o colesterol ruim (LDL) gruda nas artérias, o que desencadeia problemas cardiovasculares e pode levar a morte.
A medicação é ministrada por meio de uma injeção subcutânea – parecida com a utilizada por diabéticos para aplicar insulina – de uma a duas vezes por mês. Estudos mostram que essa terapia, quando combinada com tratamentos tradicionais, resultou em uma redução de até 60% no nível elevado de colesterol.
O médico José Rocha Faria, presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), alerta que essa nova linha de medicamentos não significa o fim da era das estatinas no tratamento do colesterol alto.
De acordo com Faria, o novo tratamento será indicado para pacientes com alto risco de infarto que, apesar do uso da medicação tradicional, não conseguem reduzir o colesterol. A terapia também deve ser indicada para pessoas com hipercolesterolemia familiar ou que sentem fortes dores musculares devido ao tratamento com estatinas.
Custo
Como a medicação ainda não foi liberada no Brasil, os laboratórios não informam qual seria o custo por aqui. Como se trata de medicamentos biológicos, o certo é que não será barato. De acordo com Rocha Faria, na Europa, onde já é comercializado, o custo mensal do tratamento está em torno de US$ 1 mil (algo próximo de R$ 4 mil).
O laboratório farmacêutico francês Sanofi é um dos que já requisitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação da comercialização dessa linha de tratamento no país. A Anvisa é o órgão responsável para analisar e liberar novos medicamentos no país – sem a aprovação da agência, nenhum medicamento pode ser vendido. A data para essa resposta sair ainda é incerta. Estudos mais detalhados sobre a eficácia do medicamento só devem ser finalizados em 2017.
Problema hereditário
Algumas pessoas apresentam um mau funcionamento na produção dos receptores responsáveis por retirar o LDL de circulação. Esse quadro, denominado hipercolesterolemia familiar, tem origem genética e é raro.
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