Visivelmente abatido e mais magro, o ruralista Alessandro Meneghel, preso desde o dia 14 de abril quando matou a tiros o agente da Polícia Federal Alexandre Drummond Barbosa, deixou nesta quarta-feira (20) a PEC (Penitenciária Industrial de Cascavel) para prestar depoimento ao juiz Gustavo Hoffmann, da 3ª Vara Criminal.
Meneghel não chegou a ser ouvido porque das nove testemunhas de acusação convocadas para depoimento nesta quarta-feira apenas seis compareceram. Meneghel será o último a ser ouvido na fase de instrução do processo.
O agropecuarista, que já presidiu a SRO (Sociedade Rural do Oeste), chegou ao fórum algemado e escoltado por policiais militares. Na chegada ouviu um "eu te amo" da filha que, junto com outros familiares, o aguardava na entrada do fórum. No final da audiência, ele abraçou o pai, disse que estava sofrendo e depois retornou ao presídio. Ele não chegou a falar com a imprensa. Dois peritos contratados pela defesa para fazer um laudo paralelo também deveriam depor nesta quarta-feira, mas não apareceram. O laudo elaborado por eles que tenta provar legítima defesa foi anexado ao processo.
O assistente de acusação Luciano Katarinhuk afirmou que está claro que houve execução primária e não legítima defesa como afirma a defesa. "As testemunhas que foram ouvidas esclareceram alguns pontos", afirmou. Já o advogado do ruralista, Cláudio Dalledone Junior, disse que vai absolver seu cliente. Segundo ele, uma das testemunhas confirmou que o policial havia ingerido bebida alcoólica em excesso, havia sido retirado da casa noturna por seguranças por agressividade e que estava com uma viatura da PF. "A defesa sai daqui entusiasmada, fortalecida, revigorada e eu vou absolver efetivamente Alessandro Meneghel porque agiu em legítima defesa", frisou.
Familiares do policial morto também acompanharam os depoimentos.
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