Nem tudo é ruim no nosso SUS
É só falar em saúde pública que o brasileiro torce o nariz. A despeito disso e diante do desespero dos norte-americanos às voltas com seu próprio sistema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não hesitou. Disse que dará um conselho ao presidente americano, Barack Obama, na próxima vez que o encontrar. "Vou falar para ele: Obama, faça um SUS. É barato e de qualidade." Lula, claro, virou motivo de chacota, diante de todas as deficiências do modelo nacional de saúde pública.
Especialistas concordam que entre os principais problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) estão as discrepâncias regionais. Enquanto alguns pontos do país contam com um sistema organizado, em outros é um caos. De acordo com os especialistas também, o Paraná e, principalmente, a capital do estado, são exemplos de saúde pública para o resto do país.
Segundo a superintendente da Secretaria Municipal da Saúde, Eliane Chomatas, Curitiba tem a melhor cobertura de vacinação do Brasil (95%), é modelo no atendimento às grávidas com o programa Mãe Curitibana e tem uma excelente rede de atenção primária. Na vanguarda, a cidade começa agora a investir mais em medicina preventiva por meio de programas com a comunidade e com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, composta por, além do médico, nutricionista, psicólogo, professor de Educação Física e farmacêutico.
Por outro lado, Eliane reconhece que a capital paranaense tem um déficit em alguns serviços de média complexidade consultas com especialistas podem demorar meses. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, o gargalo da média complexidade é um problema nacional e o Paraná não foge à regra. Para tentar amenizar o problema, porém, o governo do estado está investindo na reforma, construção e ampliação de 40 hospitais, num investimento de R$ 280 milhões. "Só que é um resultado que não aparece de forma imediata. Vai de 1 a 2 anos", diz Martin. (TC)
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