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Maria Antônia de Jesus Coelho morreu a um mês de completar 100 anos. A longa vida foi construída com muito esforço no Noroeste do Paraná. Dona Maria chegou à recém-inaugurada Umuarama, em 1958, acompanhada do marido, Agenor Teixeira Coelho, e dos sete filhos, nascidos em Astolfo Dutra, em Minas Gerais. Maria Antônia costurava e lavava roupa para as famílias da cidade para ajudar no orçamento doméstico.

A caçula, Terezinha Zequim, lembra que naquela época a vida da família era regida pelo orçamento apertado, o que não impedia a mãe de realizar sonhos. "Não pude estudar, mas quero que todos meus filhos estudem" era o lema da vida de dona Maria. Para garantir a frequência dos filhos na escola, ela pedia doação de livros e uniformes a conhecidos. "A gente morria de vergonha, mas ela nem ligava. Encontrava alguém na rua que achava que poderia ajudar e pedia mesmo", lembra Terezinha em meio a uma tímida risada. O esforço de dona Maria Antônia deu resultado: os sete filhos foram à universidade, inclusive Terezinha, que se formou em pedagogia e leciona há anos no Noroeste do estado.

A determinação de dona Maria se espalhava pela cidade por meio de programas de catequização. Ela visitava hospitais, asilos e delegacias para conversar e levar conforto especial a quem necessitava de carinho. "Às vezes, isso a chateava. Então, ela corria para o seu altar particular e rezava pela vida dessas pessoas", lembra Terezinha. A devoção era ensinada a aos filhos como um mantra: era preciso ser sempre justo e bom para que todo mundo pudesse se encontrar depois da morte.

Deixa sete filhos, 24 netos, 18 bisnetos e 12 tataranetos.

Dia 21 de junho, aos 99 anos, de morte natural, em Umuarama (PR).

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