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A Justiça Eleitoral de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado, julgou improcedente uma ação proposta pelo diretório municipal do PPS, que pretendia a cassação da prefeita Regina Dubay (PR). Derrotado nas últimas eleições, o PPS acusava a prefeita de ter se beneficiado em sua campanha de uma suposta distribuição irregular de passagens rodoviárias, adquiridas pela prefeitura.

No mérito da decisão, o juiz Edson Jacobucci Rueda Junior, da 31ª Zona Eleitoral, entendeu que não havia provas de que Regina teria relação direta com o fato ou obtido votos em troca das passagens, mas orientou a Promotoria do Patrimônio Público a investigar o caso, que apresenta "indícios de desvios de bens públicos" no entendimento judicial. O PPS pretende recorrer da decisão no TRE-PR.

Entre julho a outubro de 2012, a prefeitura de Campo Mourão empenhou R$ 482 mil para o pagamento de passagens rodoviárias distribuídas nos trechos entre Campo Mourão e Curitiba e no sentido inverso. O valor representou 72,5% do total de passagens adquiridas para o período de um ano. As passagens fariam parte de dois lotes adquiridos pelo município em licitações no valor total de R$ 665 mil.

Sem critérios

Oficialmente, essas passagens teriam sido distribuídas para atendimento de pacientes ou pessoas carentes. No entanto, a Justiça Eleitoral encontrou indícios que a distribuição teria ocorrido indiscriminadamente, sem adoção de critérios. A maior parte das passagens teriam sido expedidas por requisição da secretaria municipal de Saúde, comandada na época por Márcia Tureck, filha do ex-prefeito Nelson Tureck (PSD).

No inicio deste ano, a prefeita Regina Dubay revelou que resultados preliminares de uma auditoria em andamento na secretaria de Saúde indicam que, na gestão passada, pode ter ocorrido um "rombo de altos valores". Apesar de ocupar o cargo de vice-prefeita no mandato de Tureck, Regina disse que não tinha acesso a todas as informações do município. Nos bastidores, ainda durante a campanha eleitoral, a atual prefeita já havia se distanciado do grupo do ex-prefeito.

Passagens expedidas no período chegaram a ser ofertadas em anúncios na internet. Onze passagens chegaram a ser entregues para a reportagem da Gazeta do Povo. Os bilhetes seriam válidos pelo período de um ano e a forma de pagamento constava como "requisição". O material recebido pelo jornal foi repassado oficialmente para a Justiça.

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