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A Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) está solicitando à Prefeitura de Maringá uma revisão na tarifa do transporte público no Município. O pedido, protocolado no mês passado, prevê um reajuste de R$ 0,20 no preço da passagem.

Segundo o administrador executivo da concessionária, Roberto Jacomelli, a medida está prevista no contrato firmado entre a TCCC e a Prefeitura. Ele alega que houve uma redução de 8% no Índice de Passageiros por Quilômetro Rodado (IPK) em Maringá, o que permitiria este reajuste.

"Não quer dizer que o número de passageiros caiu na cidade. A questão é que a nossa frota aumentou, assim como a quilometragem, influenciando no IPK. Trata-se de uma proteção contratual bilateral", explicou.

Segundo a Prefeitura de Maringá, ainda não há um prazo para que o Município se posicione sobre o pedido do TCCC. O novo secretário dos Transportes e da Segurança, Ideval de Oliveira, informou que ainda não conversou com o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) sobre o assunto, o que deve ocorrer em breve.

"Tenho o conhecimento desse pedido [da TCCC], mas não sei o conteúdo. Ainda estou assumindo [a Setrans] e muita coisa está sendo verificada", explicou o ex-vereador, que este ano chegou a ser um dos integrantes da CPI do Transporte Coletivo.

De acordo com o relatório aprovado pela comissão em setembro, a tarifa do transporte público de Maringá deveria ser pelo menos R$ 0,20 menor do que os atuais R$ 2,55 no pagamento via Cartão Passe Fácil e R$ 3 em dinheiro.

Para relator da CPI, pedido da TCCC é uma afronta

Para o relator da CPI do Transporte Coletivo, Humberto Henrique (PT), o pedido de revisão tarifária da TCCC é uma afronta à sociedade maringaense e à CPI. "Eles querem brincar com a nossa cara. Temos um levantamento caracterizando que em 2010 houve, de fato, uma tarifa cobrada acima do que deveria ter sido. Eles não têm justificativa, e ao invés de responder com cálculos, vêm com uma solicitação dessas, justamente o mesmo valor que havíamos pedido para baixar", criticou.

O relatório elaborado por Humberto Henrique, de 560 páginas - além de mais de 4 mil páginas de anexos referentes aos documentos solicitados ao Executivo Municipal e a TCCC, apontou irregularidades em três áreas: preço da tarifa, contrato com a Prefeitura de Maringá e qualidade do serviço.

De acordo com investigação feita pela CPI, há uma diferença de até 261% entre os valores orçados pela TCCC e os valores realmente gastos em peças, pneus e lubrificantes. O documento foi aprovado por Chico Caiana (PTB), Márcia Socreppa (PSDB) e Luciano Brito (PSB), que presidiu a comissão, e pelo atual secretário dos Transportes e Segurança, Ideval de Oliveira (PMN).

Terceira mudança

Caso o pedido de revisão tarifária seja atendido pela Prefeitura de Maringá, esta será a terceira mudança no preço da tarifa em menos de um ano. Em junho, o valor cobrado pelo Cartão Passe Fácil sofreu um reajuste de 6%, passando de R$ 2,50 para R$2,65. Já o valor cobrado para o pagamento em dinheiro subiu de R$ 2,95 para R$ 3,15, aumento de 6,7%.

No entanto, poucos dias depois, a tarifa foi reduzida para R$ 2,55 (Cartão Passe Fácil) e R$ 3 (dinheiro). Os valores levaram em conta a desoneração dos impostos federais PIS/Cofins, do Imposto Sobre Serviços (ISS), além da isenção do ICMS para o óleo diesel, regulamentada pelo governador Beto Richa (PSDB) naquele mês.

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