Medidor individual é lei em Curitiba desde março

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Desde março de 2006, Curitiba transformou em lei uma aposta dos especialistas em recursos hídricos para incentivar a economia no uso da água e a racionalização em tempos de seca. O decreto 293/2006 (em vigor desde a sua publicação) regulamenta a Lei Municipal 10.785 e torna obrigatória instalação de hidrômetros individuais em todas as unidades residenciais.

Na prática, a prefeitura só libera alvarás de construção se houver hidrômetros em cada apartamento. Esse tipo de procedimento é lei no Distrito Federal, em Pernambuco e tem sido adotada por vários municípios do estado de São Paulo, segundo Patrick Thomas, engenheiro da Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA). "A medição individualizada é, certamente, uma das medidas que podem auxiliar no controle do uso da água", explica.

Pela prática adotada na maioria dos condomínios verticais brasileiros, a medição do consumo é feita por um único hidrômetro, sem que haja possibilidade de saber quanto cada morador gastou individualmente e fazendo com que a conta seja dividida igualmente.

"Com a conta dividida o morador consciente paga por aquele que toma um banho de meia hora e deixa a torneira vazando. Com o hidrômetro individual, passa-se a ter um maior controle. Cada um vê o que está gastando, quanto está gastando", explica Sidnei Gusmão Agra, um dos principais consultores em gestão de recursos hídricos do Brasil.

O custo da medida em construções novas é insignificante. "Instalar os hidrômetros tem um custo irrisório. O custo mais alto é em prédios antigos que adotam o sistema. Aí encarece devido as mudanças físicas: tem de quebrar parade, contratar mão-de-obra", explica Patrick.

Para a Sanepar, a medição individual não muda a leitura do consumo de água. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a divisão da conta por apartamento precisa ser feita pelo síndico ou responsável do prédio, já que a Sanepar continua utilizando um medidor por prédio.