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Na última sexta-feira (27), a presidente Dilma Rousseff recebeu um telefonema da chanceler alemã Angela Merkel para informar que ela não viria mais para a Rio+20, a Cúpula sobre desenvolvimento sustentável que o Brasil sediará em junho. É mais uma ausência de peso em uma lista que já acusa a perda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o francês Nicolas Sarkozy. O Itamaraty já tem a confirmação de mais de 80 chefes de estado. Mas, mais preocupados com seus problemas internos, os mandatários de algumas das principais economias do mundo decidiram que a Rio+20 não estava no top da sua agenda.

A cúpula vai ter a presença, no entanto, dos chefes de Estado das maiores economias em desenvolvimento. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, já confirmou presença, assim como o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Os chineses virão com a maior delegação, mais de 200 pessoas, entre membros do governo e empresários. A maior parte dos países sul-americanos também já confirmou presença.

A avaliação do Itamaraty, que coordena o esforço de organização da cúpula, é que, apesar da importância da presença do maior número possível de Chefes de Estado, os resultados não dependem disso, mas do envolvimento dos países. A previsão é que mais de 150 vão mandar pelo menos delegações em nível ministerial. "É lamentável porque se espera sempre o mais alto nível de presença dos países, mas isso não significa que não será uma reunião histórica. Temos certeza que será", afirmou o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes.

No entanto, a falta de interesse de chefes de Estado de grandes economias confirma o que já se desconfiava: a crise econômica internacional diminui o entusiasmo pelas discussões sobre uma nova economia ou um novo modelo de desenvolvimento, apesar do ponto central da Rio+20 seja justamente tentar encontrar uma forma de levar a uma economia que traga também mais oportunidades.

Merkel chegara a dizer a Dilma, durante sua visita a Alemanha em fevereiro, que iria sim ao Brasil. No entanto, envolvida com as votações do orçamento alemão, conclui que não poderia. Preferiu telefonar diretamente à presidente por considerar "mais delicado". Envolvimento em uma eleição que pode significar seu fim à frente da presidência da França, Sarkozy também não encontrou tempo para tratar de economia verde. Também em ano eleitoral, Obama prefere se concentrar em seus assuntos internos.

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