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Defesa do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, procurado pela Interpol, diz que ele é vítima de perseguição | Valentin Flauraud/Reuters
Defesa do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, procurado pela Interpol, diz que ele é vítima de perseguição| Foto: Valentin Flauraud/Reuters

O governo norte-americano viu na estratégia brasileira de reforçar suas capacidades militares um modo de ?apoiar os interesses dos Estados Unidos?, revelam telegramas diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks. Apesar disso, o documento faz ressalvas à ideia de o Brasil almejar um submarino nuclear, qualificando-a como um ?elefante branco?. Atualmente, os EUA são o único país da região com submarinos nucleares, capazes de passar longos períodos submersos.

O despacho da diplomacia norte-americana faz ressalvas diante de ?sérias questões? em torno da estratégia brasileira, entre elas à intenção de o país possuir um submarino nuclear e ao apoio do governo à indústria de defesa. Essas iniciativas são consideradas ?não competitivas?, capazes, na opinião dos funcionários norte-americanos, de gerar ?buracos negros? e de ?sugar todos os recursos disponíveis?.

O documento, enviado em janeiro de 2009 pela embaixada norte-americana ao Departamento de Estado, é firmado pelo então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel. Apesar das ressalvas, o texto afirma que a nova estratégia brasileira de Defesa ?levará o Brasil a tornar-se um parceiro mais efetivo? no setor de segurança?. A Estratégia Nacional de Defesa foi lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2008.

O texto confidencial firmado por Sobel afirma que a intenção do Brasil de monitorar a Floresta Amazônica ?cria oportunidades? para o setor de negócios dos EUA e para as Forças Armadas norte-americanas ampliarem a cooperação. Sobel também notou, porém, certa frieza do governo Lula reservada para os EUA, dizendo que esse vínculo com o Brasil ?apenas aumentará gradualmente, particularmente enquanto o atual governo estiver no poder?.

O Brasil já firmou um contrato para comprar cinco submarinos Scorpène da França, um dos quais receberá um motor nuclear. O país deve ainda anunciar em breve o vencedor de uma licitação para a compra de uma frota de sofisticados caças. Os competidores pelo contrato, que pode superar os US$ 7 bilhões, são a norte-americana Boeing, com modelos F-18, a francesa Dassault, com o Rafale, e a sueca Saab, com os Gripen NG.

A relação entre Brasil e França também atraiu comentários preocupados da diplomacia americana. Entre as mensagens enviadas, a proximidade das gestões de Lula e Nicolas Sarkozy é classificada como ?festa do amor?. Além disso, destaca-se que o presidente francês estaria usando a primeira-dama Carla Bruni, apreciada pelos brasileiros, como forma de estreitar o relacionamento com o Brasil.

Procurado

O advogado Mark Stephens, que faz a defesa do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, veio a público ontem para dizer que seu cliente está sendo perseguido por autoridades suecas. Assange foi incluído na lista de procurados da Interpol sob a acusação de ter praticado crimes sexuais na Suécia. Ele teria entrado na lista por não ter sido localizado para ser interrogado. Stephens alega que autoridades suecas rejeitaram diversas ofertas para conversar com Assange.

Confira abaixo videocast sobre o Wikileaks:

Mensagens expõem estratégia americana no Brasil

EUA identificaram oportunidades de contar com apoio militar do Brasil, mas fizeram ressalvas quanto a submarino nuclear

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