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Heller estudou sobre a ditadura, nazismo, Coluna Prestes e  Guerra do Contestado | André Rodrigues/Gazeta do Povo/Arquivo
Heller estudou sobre a ditadura, nazismo, Coluna Prestes e Guerra do Contestado| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo/Arquivo

Morreu na noite desta quarta-feira (22) em Curitiba, aos 86 anos, o jornalista Milton Ivan Heller, que teve passagens por publicações como Jornal do Brasil, Estado do Paraná, Última Hora e revista Placar. Aposentado das redações desde 2001, dedicou-se avidamente à pesquisa sobre temas relacionados à ditadura militar no Brasil, tornando-se referência nacional.

Além de ser autor de um dos principais livros sobre a ditadura militar no estado do Paraná, o “Resistência democrática – a repressão no Paraná”, Heller também acabou perseguido pelo regime quando trabalhava no jornal Última Hora , do jornalista Samuel Wainer - o único grande jornal a defender o presidente deposto João Goulart. Como punição, Heller e outros jornalistas passavam tardes trancados em uma sala do Quartel da Praça Rui Barbosa, local que hoje abriga a Rua da Cidadania da Matriz.

Leia o perfil de Milton Ivan Heller, escrito pelo jornalista José Carlos Fernandes em 2014

Além de sentir na pele a represália da ditadura, Milton Ivan Heller se tornou uma espécie de porta-voz dos presos políticos no Paraná. Foi o primeiro a entrevistar os presos pela ditadura no episódio conhecido como o “Encontro da Chácara do Alemão”, quando algumas dezenas de estudantes se reuniram em uma chácara no Boqueirão para uma reunião dos representantes parananenses da União Nacional dos Estudantes (UNE) e foram surpreendidos por agentes da ditadura e levados para o presídio do Ahú. Heller acompanhou de perto todo o caso, visitando semanalmente a unidade prisional e acompanhando o caso, até o seu desfecho – o julgamento dos envolvidos. Ele fez a cobertura também pelo Última Hora.

Processado diversas vezes pela Justiça Militar, teve problemas financeiros e ia até a redação do jornal O Estado do Paraná pedir emprego todos os dias, até que os colegas jornalistas passaram a pedir sua contratação. Depois disso, Heller também passou a atuar na televisão, trabalhando para a Rede Globo em Minas Gerais.

Além da ditadura militar, Milton Ivan Heller estudou também sobre o nazismo, Coluna Prestes e a Guerra do Contestado, tendo lançado os livros “Conspiração Nazista nos Céus da América”, “Os Índios e seus Algozes”, “Valmor Weiss: o Prisioneiro da Cela 310” e “Atualidades do Contestado”. Em 2014, o jornalista José Carlos Fernandes escreveu o perfil de Heller para a Gazeta do Povo.

Velório

O corpo de Milton Ivan Heller foi enterrado nesta quinta-feira (23), às 17h, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Portão, em Curitiba.

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