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Identificadas as vítimas do acidente

O Corpo de Bombeiros identificou os quatro mortos na queda de uma passarela de pedestres na Linha Amarela, na zona norte do Rio de Janeiro. Adriano Pontes de Oliveira, de 26 anos, caminhava pela passarela no momento do acidente. Ele acabou caindo dentro do rio que separa as duas pistas da via expressa. Celia Maria, de 64 anos, moradora de uma comunidade próxima, também estava andando pela passarela. Já Renato Pereira Soares Júnior estava dirigindo o Palio prata que foi esmagado pela estrutura. O quarto morto foi identificado como Alexandre de Almeida. Ainda não há confirmação oficial de que ele seja o motorista do táxi, também atingido pela passarela.

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Choque gerou impacto de cem toneladas, dizem engenheiros

Agência Estado

Três engenheiros ouvidos pela reportagem concordaram: o choque da caçamba do caminhão foi suficiente para derrubar a passarela da Linha Amarela, sem que, necessariamente, ela tivesse alguma falha estrutural. O fato de o caminhão trafegar a 85 quilômetros horários fez com que o peso jogado contra a estrutura fosse de, aproximadamente, cem toneladas, o que faria tombar qualquer passarela metálica, de acordo com eles, ou até mesmo uma de concreto.

O engenheiro de transportes Luiz Carneiro, diretor do Clube de Engenharia, levantou três hipóteses para o acidente: de o motorista ter alçado a caçamba para esconder a placa, uma vez que dirigia na Linha Amarela antes do horário permitido; de ter acionado, acidentalmente, a elevação da caçamba, e não ter percebido ou tido tempo para abaixá-la, e ainda de a caçamba ter subido por um defeito mecânico.

"Não havia nenhum motivo para ele estar com a caçamba para cima", afirmou.

      O motorista do caminhão que atingiu hoje um viaduto na Linha Amarela disse à polícia que sabia que trafegava na via em horário não permitido, mas decidiu fazê-lo mesmo assim por estar atrasado para chegar ao seu destino. O acidente matou quatro pessoas e deixou outras cinco feridas.

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      O acidente ocorreu por volta das 9h, quando a circulação de caminhões é proibida na via. Imagens de um vídeo mostram ainda que a caçamba do caminhão se levantou e bateu na passarela.

      Em depoimento informal ao delegado da 44ª DP (Inhaúma), Fábio Asty, o motorista identificado como Luiz Fernando da Cruz, 33, afirmou ainda que não sabia que a caçamba do veículo estava levantada.

      De acordo com o delegado, a alavanca que aciona o mecanismo de içar a caçamba fica embaixo do volante e é dura para manejar justamente para evitar que ela se levante por acidente. O veículo, segundo o delegado, trafegava a 85 km/h no momento da batida. A velocidade máxima para o local é de 100 km/h.

      De acordo com a Defesa Civil do Estado, os mortos são Célia Maria, 64, arremessada da passarela; Adriano Pontes de Oliveira, 27, que caiu no canal entre as pistas; Renato Pereira Soares, 62, motorista do Palio; e Alexandre de Almeida, que estava no táxi e ainda não teve a idade divulgada.O motorista é aguardado para um depoimento oficial assim que receber alta do hospital Lourenço Jorge, na Barra, onde está internado desde a manhã. A expectativa é que o depoimento seja tomado hoje ou amanhã.

      Segundo Asty, o motorista saiu da sede da empresa, em Água Santa, na zona norte, em direção a rodoviária Novo Rio, no centro. O motorista contou que estava atrasado e resolveu pegar a Linha Amarela para cortar caminho. A caçamba iria recolher entulho em uma obra na região.

      O motorista trabalhava há cerca de seis meses na empresa chamada Arco da Aliança. Não está confirmado ainda se o caminhão prestava serviço para a Prefeitura do Rio no momento do acidente.

      De acordo com o delegado, o caminhão passou por uma manutenção recente na caixa de marchas e voltou às ruas anteontem.

      O motorista poderá ser indiciado por quatro homicídios culposos e outras cinco lesões corporais culposas. O homicídio culposo - quando não há intenção de matar - prevê detenção de 2 a 4 anos de detenção.

      O inquérito policial tem prazo de conclusão de 30 dias. O laudo pericial da Polícia Civil, segundo o delegado, deve ficar pronto e dez dias. Liberação da pista

      A Linha Amarela, via expressa que liga a Barra da Tijuca à região central da cidade, foi liberada no sentido Barra às 16h30. A via estava interditada desde o período da manhã, depois que uma passarela desabou ao ser atingida por um caminhão que seguia com a caçamba levantada.

      Quatro pessoas morreram no acidente e cinco ficaram feridas. A empresa Lamsa, concessionária responsável pela exploração da Linha Amarela, disse por meio de sua assessoria que o caminhão entrou na via após o pedágio, pelo Acesso 2, e por isso não houve como impedir sua circulação, que é proibida no horário em que houve o acidente.

      Segundo a assessoria, a passarela tem 42 metros, pesa cerca de 120 toneladas e é formada por estrutura metálica e placas de concreto. Os escombros da passarela estão sendo removidos com a ajuda de dois superguindastes. A reabertura total da via foi estimada até o final da tarde.

      Pelo menos dois carros foram esmagados pela passarela, que mede 4,5 metros de altura. Um homem foi arremessado próximo a um canal que divide a via. Em entrevista à rádio CBN, um motorista afirmou que viu um homem sendo projetado da passarela no momento do acidente. Marcos Vinícius Rodrigues contou que achou que um pneu de um caminhão tinha soltado e atingido seu carro.

      "Escutei um barulho e o meu carro chegou a ser projetado para o lado. Pensei que fosse um pneu de caminhão. Foi na hora que saí para ver o que tinha acontecido é que vi um rapaz de camisa lilás sendo arremessado da passarela. Ele caiu no canal. Estava se afogando quando dois rapazes mergulharam e retiraram ele dali", disse ele à rádio.

      "Foi questão de segundos, se eu contasse seriam dois ou três segundos e eu estaria ali debaixo daquela passarela. Graças a Deus estou aqui", contou emocionado.

      Testemunhas disseram aos bombeiros que pelo menos duas pessoas estavam em cima da passarela e foram arremessadas da estrutura no momento do acidente. Um táxi foi totalmente esmagado.

      Um helicóptero do Corpo de Bombeiros pousou num campo de futebol de uma comunidade vizinha para ajudar no resgate das vítimas.

      Segundo a Lamsa, concessionária que administra a via, técnicos do Centro de Controle da Linha Amarela auxiliaram os bombeiros e analisaram as imagens das câmeras da via para confirmar se o motorista do caminhão teria provocado o acidente porque circulava com a caçamba levantada.

      Ainda de acordo com a Lamsa, o veículo andava irregular na pista, já que nesse horário é proibida a circulação de veículos de grande porte. Um guindaste está sendo deslocado para levantar a estrutura no local.

      Feridos

      Cinco feridos foram identificados pelo Corpo de Bombeiros. Jairo Zenaide, de 44 anos, foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ele sofreu traumatismo craniano e fratura na coluna.

      Luis Fernando Costa, de 30 anos, motorista do caminhão que colidiu contra a passarela, foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste. Está lúcido e passa bem.

      Já Luis Carlos Magalhães, de 60 anos, estava no banco de trás do Palio prata que foi completamente amassado pela passarela. Sofreu traumatismo craniano e está em estado grave. Foi socorrido para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte.

      Glaucia de Andrade foi transferida de helicóptero para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Liliane Souza Rangel está no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das duas.

      Um homem identificado como Nelio Rodrigues dirigia um Marea que passava na hora do acidente e também ficou ferido. Ainda não se sabe para qual hospital foi levado.

      O secretário municipal de Conservação, Marcos Belchior, disse que a empresa Arco da Aliança não presta qualquer serviço para a Prefeitura. O caminhão que colidiu contra a passarela possuía um adesivo com o nome da empresa e outro que dizia "à serviço da Prefeitura".

      "A empresa não presta qualquer serviço para a prefeitura. O que ocorre é que a prefeitura credencia algumas empresas que retiram caçambas de lixo".

      O site da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) lista dezenas de empresas credenciadas para o serviço. A Arco da Aliança Comércio e Serviços Ltda consta da relação.

      Imagens na Linha Amarela

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