Cerca de 500 manifestantes que participam do movimento contra o aumento do preço das passagens de ônibus fecharam nesta segunda-feira (17) a Rua Primeiro de Março, no centro do Rio. Eles estavam na Praça Quinze e seguiam nesta tarde para a concentração em frente da Igreja da Candelária.
Acompanhado de perto pela Polícia Militar (PM), que, por enquanto, só observa, o grupo evolui como um bloco de carnaval: toca instrumentos e canta. Alguns têm narizes de palhaço. Outros carregam flores. Uma mulher leva um bebê de poucos meses. Dois batedores da PM fazem uma espécie de escolta dos manifestantes.
De acordo com a polícia, que está ao redor da Candelária, já se concentram cerca de dois mil ativistas. Cartazes trazem mensagens como"Revolto-me, logo existo", "Verás que o filho teu não foge à luta" e "Somos filhos da revolução". A concentração desta segunda-feira está muito mais cheia do que a da quinta-feira, 13, quando o protesto teve confusão.
Vários partidos estão representados. Enquanto um dos líderes do movimento discursava fazendo críticas à presidente Dilma Rousseff pela parceria com o governo do Rio e a prefeitura da capital fluminense, o cineasta Daniel Zarvos, de 39 anos, tentou se apossar do microfone gritando palavras de apoio a ela.
Assustado, o manifestante que discursava pediu para terminar a fala antes de dar a palavra a Zarvos - que não se expressou mais. "Eu apoio o movimento e acho que temos todo o direito de protestar, mas é preciso oferecer propostas. Não dá para criticar a Dilma sem oferecer soluções melhores do que as dela", disse Zarvos, filiado ao PV. Militantes do Psol e PCB eram hostilizados pelos demais manifestantes, que pediam que eles abaixem as bandeiras. Um princípio de tumulto e bate-boca começou entre eles. De acordo com a maioria dos que protestam, as bandeiras dos partidos devem ser substituídas pelas do Brasil.
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