• Carregando...

Francisca de Paula de Jesus (1810 -1895), mais conhecida como Nhá Chica, foi beatificada na tarde deste sábado (4) em cerimônia realizada em Baependi, no sul de Minas Gerais, que foi acompanhada por centenas de devotos de todo o país. É a primeira beata negra brasileira.

Uma missa foi rezada e durante a cerimônia foram realizados os ritos de beatificação, com a participação do bispo dom Diamantino Prata de Carvalho, da diocese de Campanha (MG) -da qual Baependi faz parte- e do cardeal Angelo Amato, representante do papa Francisco.

Por volta das 15h30 foi lida a carta apostólica, um decreto assinado pelo papa, que declarou Nhá Chica como beata e 14 de junho como o seu dia.

A professora aposentada Ana Lúcia Meirelles Leite, 67, beneficiada pelo milagre atribuído a Nhá Chica, também participou da cerimônia. Ela levou até o altar uma relíquia (um pedaço de osso da beata) que será levada ao Vaticano.

Em 1995, Ana Lúcia curou-se de uma doença congênita do coração sem a necessidade de cirurgia. A comprovação pela Igreja Católica do milagre, ocorrido um século após a sua morte, levou à beatificação de Nhá Chica.

A cidade, de 18 mil habitantes, foi enfeitada com as cores branca e amarela e a expectativa oficial era de que 40 mil fiéis comparecessem ao evento. Até a tarde de hoje, o Corpo de Bombeiros não tinha uma estimativa de quantas pessoas acompanharam a missa.

A cerimônia foi acompanhada pelo governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), que disse em entrevista estar satisfeito com a beatificação de Nhá Chica. "Ela foi uma mineira muito caridosa."

Filha de ex-escrava

Nhá Chica nasceu em São João Del Rei em 1810, filha de uma ex-escrava. Mudou-se para Baependi quando pequena e, ainda na infância, perdeu a mãe. Dedicou sua vida a ajudar os necessitados e construiu uma pequena igreja. Morreu em 1895.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]